quarta-feira, 21 de julho de 2010

O fim das brincadeiras.

Pensei nesse título por dois motivos. O primeiro é que minhas férias estão acabando, por isso então a idéia de"fim". E sobre as brincadeiras, é sobre o assunto que irei desenvolver, que acaba se encaixando com minhas férias também.
Nessas 4 semanas, algumas coisas me lembraram as férias de quando era criança. Consegui arrumar um super nintendo (SIM! daqueles da década de 90!) o que me fez ficar muito nostálgica e jogar bastante! (embora ainda não tenha o talento para tal). Engraçado ver o quanto um brinquedo represente para nós, o quanto ele acabe nos fazendo bem, mas não por ele, e sim pelo passado. O que acontece é que mesmo depois de uns dias o video-game das antigas perdendo a graça, pois afinal não temos mais tanto pique para essas brincadeiras, me fez demorar para desgrudar dele.
Me fez lembrar de muitos anos atrás, de amigas de longa data que ainda guardo comigo, e faz-nos então lembrar da essência do momento. É engraçado pensar o quanto nossa memória e nossos sentimentos são instigados a partir de um objeto.
Assim podemos ver,  mesmo que não percebendo, o quanto conseguimos guardar dentro de nós. Às vezes aquele sentimento tão antigo, nos volta à tona com toda força, mostrando que temos dentro de nós coisas que não poderíamos mais nem imaginar. Esse é o poder da mente humana.
Outra coisa que me fez pensar em tudo isso também foi o fato de ter assistido ao filme "Toy Story 3", e lembrado da pergunta de Calligaris: "O que fazemos com nossos brinquedos antigos?"
Acabei me lembrando de vários deles, dos quais gostava muito e o quanto significam para mim.
Parece que quando somos crianças, depositamos nos nossos brinquedos aquilo que hoje depositamos nas pessoas. Afetos, simpatias, alegrias, raivas, e o que mais podíamos depositar...
E é também o que fazíamos com aquele brinquedo que não nos interessava mais. Ele podia ter sido seu fiel amigo por vários anos, mas você acaba jogando-o fora. E passamos a fazer isso com as pessoas quando adultos.
É curioso ver a grande afeição das crianças em relação à objetos que para nós já não fazem mais diferença, mas consegui perceber que a relação de uma criança com o mundo começa a partir daí. E pensei também na grande falta de atenção que temos com isso.
Nunca vi uma criança que não gostasse de um brinquedo, mesmo aquela que não o pode ter.
Acho importante também olharmos para nós, e para aquilo que fomos na infância, na importância que dávamos aos nossos brinquedos, e qual a importância que damos àqueles que estão ao nosso lado hoje. Se eles eram especiais, ou éramos apenas crianças materialistas. Comparecem-se.
E é incrível não fazer tal comparação. Fiz uma logo no início, quando disse que um brinquedo que até hoje me dá uma sensação nostálgica maravilhosa me faz lembrar de amizades verdadeiras, e ao valor que dou à elas.
Abç... Patrícia.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Por mais um dia... com minha mãe!

Terminei ontem de ler um livro chamado "Por mais um dia". Ganhado no natal, enfim consegui lê-lo, porque nada melhor do que as férias para se conseguir ler um livro totalmente despreocupada.
O livro conta a história de um ex-jogador de beisebol, que após a decadência da profissão, a morte de sua mãe e a separação de sua família, cai numa grande depressão e tenta se matar. Após a tentativa de suicídio, sua vida inteira passa como um filme, e sua mãe volta para mostrá-lo a importância que sua vida tem.
O personagem lembra muito da relação que tinha com os pais quando era criança. Como admirava a mãe, mas ficava do lado de seu pai, pois o mesmo o ensinou que meninos ficam com os pais, e meninas com as mães. Pensou em todas as vezes que sua mãe ficava ao seu lado, e quantas vezes ele deixou de ficar ao lado dela, principalmente depois que seu pai foi embora de sua casa.
O livro me fez lembrar muito a grande teoria conhecida que é "O Complexo de Édipo", pelo grande amor que ele possuia pela mãe e que vai se dar conta na beira da morte. E também o grande fato da castração, quando "aprende" que meninos não ficam ao lado de sua mãe, e sim do pai.
É importante e bonito ver que o personagem se dá conta desse amor, e deixa de lado todas as coisas do passado para assumi-lo. Consegue enxergar a importância da mãe na vida de um filho, o quanto ela o ensinou, o protegeu e o amou.
Outro ponto importante foi conseguir descobrir que tudo aquilo que julgava estar perdido em sua vida estava perdido por atitudes propriamente dele! E que só ele poderia mudar as coisas, mostrando então o poder de nossas ações em nossa vida e o olhar oposto ao comodismo, ao achar que as coisas são porque simplesmente devem ser.
Indico a leitura justamente para essa reflexão: "O que minha mãe significa para mim?"
E um fato bem curioso que podemos perceber é que, nossa mãe é o ser mais desejado quando nascemos, e foi também o ser mais desejado pelo personagem na morte. Uma pessoa primordial nos dois momentos inevitáveis da vida.
Abç... Patrícia.

Livro: Por mais um dia
Autor: Mitch Albom
Editora: Sextante

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O (des)cobrimento da Tortura

Recebi de um amigo há algumas semanas atrás, um vídeo de um dossiê feito pela Globo News sobre os vários assuntos polêmicos que giram em torno dos anos do Regime Militar.
Este dossiê foi feito com um dos nomes mais atuantes no regime, o General Leônidas, responsável pelo DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) do Rio de Janeiro e ex-ministro do Exército Brasileiro.
Acho importante a divulgação do vídeo, pois se trata do pronunciamento de alguém por detrás das cortinas. Acho importante também mostrar o que os militares falam sobre a tortura executada naqueles tempos.
O curioso é... quais torturas?
É muito forte a opinião por parte do militarismo que as torturas não existiam, mas denominam como a resistência dos subversivos ao governo. Fiquei impressionada com a negação do General perante aos fatos, o descaso com as várias vidas que foram tiradas, tudo minimizado numa questão de poder político.
Pode ser que o vídeo faça com que algumas pessoas mudem de idéia, e possam enxergar o militarismo como uma vítima também. Lógico que muitos militares também perderam suas vidas, lutando por aquilo que julgavam ser o ideal para o país. Mas acredito também que esse vídeo possa mostrar mais nitidamente o fato que mencionei em uma outra postagem, do qual os militares escondiam o que faziam, para manter a boa imagem. Foi assim que enxerguei este dossiê, como um documento que mostrou com uma grande força o poder imperativo que os militares possuiam (ficando bem claro quando ele diz "Não quero que nada do que eu digo seja cortado" e pela maneira como trata o jornalista) e ainda possuem, e a forte concepção de que tudo aquilo era uma bagunça.
E por fim ouvimos... "Nós vencemos. Esta democracia que existe hoje, existe porque lutamos por ela."
E fica a pergunta: Por qual democracia eles lutaram, se todas elas foram censuradas? E as torturas? Existiram ou não?
Abç... Patrícia.

Link: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1241580-7823-GENERAL+LEONIDAS+FALA+SOBRE+OS+ANOS+DO+FIM+DO+REGIME+MILITAR,00.html