quinta-feira, 28 de julho de 2011

Encerrando Ciclos

Me cai bem.

Encerrando Ciclos

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? 
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. 
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. 
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. 
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. 
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". 
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"
Fernando Pessoa

domingo, 10 de julho de 2011

Metades

"Metade de mim agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade. Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim. E o fim é belo, incerto... depende de como você vê!"

Fernando Anitelli




(Me define bem nesse momento!)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em boa companhia!


Estes dias, andei pensando em uma coisa que acho extremamente importante.
Depois da publicação "Como um grão de areia... lindo!" onde coloquei a beleza interior que temos e que muitas vezes não percebemos, e também depois da lembrança de um trecho do famoso "Filtro Solar" recitado por Pedro Bial, onde ele diz: "A peleja é longa, e no fim, é você contra você mesmo", pensei no quanto somos (ou não) uma boa companhia para nós mesmos.

Percebo a grande dificuldade que muitas pessoas encontram em ficar sozinhas, em ser uma companhia para si quando o outro não está por perto. Mas, penso na seguinte lógica: consigo ser uma boa companhia para alguém, se eu sequer sou uma boa companhia para mim mesmo? Passamos o tempo todo buscando pessoas agradáveis, presenças intensas, mas, e a nossa presença?

Já percebi o quão difícil é esse exercício: o olhar para dentro de si e descobrir coisas agradáveis ou desagradáveis dentro de nós. É mais fácil olharmos as qualidades e os defeitos do outro, do que para o nosso próprio. E com isso, perdemos a oportunidade de enxergarmos quem realmente somos!
Vivemos buscando sempre algo externo, e dificilmente interno. Ou, quando encontramos este interno, tentamos modificá-lo se não nos agrada. Mas, por que tanta dificuldade em sabermos e aceitarmos que não somos perfeitos? Ou que pelo menos erramos bastante?
Nossa ferida narcísica neste ponto é muito forte e acentuada, sendo mais fácil, mudarmos a face da realidade.

Muitas pessoas no fundo, sabem que têm essa grande dificuldade de se olhar, e passam a vida toda olhando para fora. Ou algumas nem percebem que são assim, vivem de uma maneira natural e completamente baseada em projeções ou introjeções. E as vezes estamos lá, gritando por dentro esperando esse olhar instrospectivo. Esse exercício porém, não é tão simples assim.

Essa temática me veio a cabeça, pois estou passando por isto neste momento. Fugi de mim várias vezes. Há muito tempo não deito comigo na cama, não saio passear comigo, não me divirto comigo, e não me amo o tanto quanto amo os outros. Minhas companhias são outras, e não eu mesma. Há quanto tempo eu não converso com a "Patrícia", mas sim com uma imagem dela? É complicado pensar nisso tudo, porque quando enxergamos isso, se torna angustiante. Mas nunca é tarde para a gente se descobrir.

Ontem, eu senti vontade de dormir comigo, e não com outra pessoa ao meu lado. Senti vontade de estar sozinha. E quando percebemos que estamos conseguindo encarar (ou pelo menos começar) este exercício, nos sentimos mais leves e mais tranquilos. Afinal, a necessidade de conhecermos a nós mesmos é indispensável!

Esta reflexão não significa que não devemos dar importância para aquele que está ao nosso lado, mas sim, de darmos importância à nós antes que qualquer outra pessoa. Nós devemos sempre estar em primeiro lugar. E isso sim, significa não precisarmos nos submeter a qualquer coisa para mantermos alguma companhia por perto.

As pessoas são imperfeitas. Eu, você e ele. Não temos como escapar disso, mas sim aprender a lidar. A "tarefa" de descobrir que sou um grão de areia pequeno, porém com uma beleza própria, continua. Sabemos que algumas pessoas conseguirão isto com mais facilidade, outras não. E existem também aquelas que nunca irão descobrir e continuarão vivendo à sombra daquilo que acreditam ser.  E também, retornando na frase de "Filtro Solar", após tudo o que passamos, quem nos sobra no final somos nós mesmos, e não todos aqueles que nos acompanham por toda vida. Por isto, precisamos aprender a conviver com aquele que sempre estará conosco, o nosso próprio Eu.
Mas posso garantir que, se encontrar, é melhor do que encontrar qualquer outra coisa nesse mundo!

Abç... Patrícia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O SUS é nosso!

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

Neste final de semana participei em Piracicaba da etapa municipal da 14ª Conferência Nacional de Saúde, onde o tema era: "Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública e Patrimônio do Povo Brasileiro".
O evento foi gratuito, sendo que QUALQUER pessoa poderia assistir e também participar dos debates e dos grupos de discussão (entre usuários, agentes, conselheiros da saúde, etc). Mas, infelizmente, poucas pessoas compareceram.



Podemos imaginar todas as questões que foram levantadas, como: mau atendimento, demora para consultas e exames, quadro de funcionários (agentes e médicos) escasso, remuneração baixa, entre outras. Mas, apesar de todos estes pontos que logo conhecemos, entra um extremamente importante: Quanto do dinheiro público é gasto com saúde? Você sabe quanto do Produto Interno Bruto (PIB) é destinado à saúde?
Sabemos que uma boa gestão, um bom planejamento são essenciais para que os procedimentos e as condições funcionem da melhor maneira possível, mas também sabemos (ou ao menos imaginamos) a enorme dificuldade que existe numa gestão que, mesmo eficiente, não encontra recursos para poder efetivar aquilo que a população realmente necessita e demanda.
A partir disto, ao mesmo tempo que ficamos de mãos atadas pelo baixo investimento público neste setor, existe aí (grande jogada política) a simples resposta do "Não tenho dinheiro para fazer melhor".

Sendo assim, vamos para alguns dados que são importantes para um melhor entendimento:
  • No Brasil, apenas 3,4% do PIB é gasto com a saúde, isto significa um valor de aproximadamente U$ 340 por pessoa. Se formos comparar, países europeus ou até mesmo os Estados Unidos gastam aproximadamente o valor de U$ 2.000 por pessoa, o que chega até 8% de seu PIB;
  • Para a educação, é gasto apenas 4,6% do PIB, o qual muitos estudantes estão lutando para um aumento de 10%;
  • Agora, APENAS com os juros da dívida externa é gasto 11% do PIB brasileiro! Ou seja, estamos pagando uma pequena parte (se é que podemos chamar de parte) daquilo que nosso país deve lá fora. 
Sei que os dados foram comparativos a países desenvolvidos e muitos podem questionar que não podemos nos comparar à eles, justamente pela desigualdade (gritante?) de desenvolvimento. Mas então, me pego a pensar: Queremos então lutar para quê? Para continuar a ter uma saúde de um país subdesenvolvido (embora não goste dessa palavra)? Realmente nunca vamos conseguir sair, ou ao menos melhorar, desta situação se nos compararmos a nós mesmos, pois sabemos que não somos bom exemplo!
Um professor que lá estava (infelizmente não me lembro exatamente sua área) disse que, realmente o dinheiro público destinado à saúde, entre outros setores, só pode ser mudado quando existir uma pressão pública!
SIM! Somos detentores desse poder! Podemos sim, lutar para que esse número seja alterado. A sociedade pode pressionar o Estado para que esse valor seja modificado, e parte da porcentagem do PIB que é gasto com a dívida, pode ser destinada à saúde, ou até mesmo com a educação!
Mas, o que se viu ali foi: uma sala com agentes, conselheiros e alguns políticos, mas POUQUÍSSIMOS usuários. Chegar no posto e reclamar é mais rápido e fácil, mas mudar, requer muito esforço. E alguns aspectos da nossa cultura ainda nos fazem ser assim, bem acomodados. Muitas vezes também, a falta de informação e a deficiência de buscá-la não nos ajuda a sair desta condição!




Uma outra fala desse professor que me marcou também, foi quando ele disse: "Precisamos comprar o SUS! Ele precisa ser o nosso convênio médico! Ele precisa invadir o Jornal Nacional e as novelas de Manoel Carlos, que vai levar seus atores à um hospital público em seus capítulos, e não aos Hospitais das Clínicas! O SUS É NOSSO!"
Sabemos que a demanda cresce a cada dia mais, porém, o investimento não caminha na mesma velocidade!

[E assim...]
Ao final da etapa municipal é proposto pelos participantes novas diretrizes e propostas que irão ser levadas adiante, nas seguintes etapas: Regional, Estadual e Nacional.
Deixemos de lado oposições políticas ou o mero comodismo. Estamos levando a questão da saúde nacional novamente para Brasília. Infelizmente, só os delegados são autorizados a votar nas propostas apresentadas. Mas nós, poderíamos estar lá para, pelo menos, apresentá-las!

O Brasil é nosso, e o SUS também deve ser! Pensemos nisso!
Abç... Patrícia

PS: Não consegui as fotos da etapa municipal! :(

sexta-feira, 1 de julho de 2011

14ª Conferência Nacional de Saúde

Neste final de semana estará acontecendo em Piracicaba a 14ª Conferência Nacional de Saúde que terá sua etapa Municipal no campus Centro da UNIMEP.
Estou trazendo aqui a divulgação do evento, para que as pessoas interessadas possam se inscrever e lutar por essa área que tanto precisa de melhorias!



CARTA CONVITE
O Conselho Municipal de Saúde de Piracicaba, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, comprometido com a qualidade do SUS convida todos os munícipes de Piracicaba para a Etapa Municipal da 14ª Conferência Nacional de Saúde.
Nesta conferência, discutiremos propostas para superarmos os limites que a população enfrenta no acesso e acolhimento, que tem sido um desafio para o SUS em todo o país.
Sua presença poderá fazer a diferença nas discussões e deliberações para aprimoramos os Serviços de Saúde de Piracicaba e do País.
Contamos também com seu apoio para divulgar este evento para toda a população.
Para garantirmos a boa organização do evento, faça a inscrição por telefone 3402-7008 (Conselho Municipal de Saúde) ou email: saude_piraconselho@yahoo.com.br  . Quando a inscrição for feita por email, solicitamos nome e indicar se é usuário, trabalhador da saúde ou prestador de serviço de saúde.
Abç... Patrícia.