Mesmo o sono terrível e as atualizações longas que precisei fazer no blog, não podia dormir sem compartilhar um dos poemas de Drummond que será lançado ainda em junho no livro "Os 25 Poemas da Triste Alegria".
Tive contato com 6 dos poemas inéditos através da revista BRAVO! que trouxe esta reportagem como tema na edição de junho.
Reproduzirei um dos poemas exatamente como foi escrito, em 1924, de um Drummond ainda jovem, com 22 anos de idade.
E como é bom retornar, pelo chamado de Drummond!
Gravado Numa Parede
Saber que tu não virás nunca encher de rosas o meu quarto,
encher de belleza a minha vida...
e continuar á espera de tua graça dolente e sobrenatural,
continuar á espera, de mãos vazias...
Saber que não partirás o meu pão, que não beberemos juntos,
ao jantar, um pouco d'aquelle amavel e grato vinho velho,
que não accenderás a minha lampada,
que o piano não possuirá os teus dedos...
Saber tudo isso, o impossivel e o irremediavel
de tudo isso... e continuar sonhando inultimente.
Ah! Por que não virás encher de rosas o meu quarto?
Ao menos,
vem encher-me de lagrimas os olhos.
Carlos Drummond de Andrade
Abç... Patrícia.
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