sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Real ou ideal?

Nós gostamos daquilo que somos ou daquilo que desejamos e idealizamos?
Aceitamos a realidade, ou nos apaixonamos apenas por uma imagem?


Passei anos estudando uma teoria que falava sobre isso, e apesar de possuir várias situações que me fizessem comprová-la, foi percebendo isso de outra pessoa que eu tive a mais verdadeira comprovação desta teoria.
Você gosta de uma pessoa a partir de uma imagem que você criou sobre ela, geralmente isso irá acontecer logo no início, onde suas expectativas são as melhores, e as atitudes também, e acredite, isso é recíproco!
Mas que seres somos nós que vivemos apenas de boa atitudes, ou boas aparências?! Somos tudo o que há de melhor e pior misturados! E sempre alguma coisa irá incomodar alguém...

A grande questão é que, a partir do momento que descobrimos que aquela pessoa não é realmente quem desejamos que ela fosse e que não age conforme os nossos desejos, nós simplesmente nos decepcionamos. E aí, tudo se acaba, tudo se vai, tudo se destrói. Porque você nunca gostou dela, apenas gostou de uma imagem que você achava que era o ideal.
Penso que, quando alguma coisa nos decepciona, não é exatamente esta pessoa ou algo que provoca isto, mas acredito que nos decepcionamos com nós mesmos. Mas claro, nunca enxergaremos isto. A imagem que criamos, acredite, acaba sendo de nossa responsabilidade.

Como disse, já vivi muitas vezes essa situação, mas me deparei com um dos ideiais de ego mais medíocres que pode existir: aquele que se destrói quando vê o outro feliz.
Triste o ser assim, egoísta, que viverá pra sempre acreditando que tudo na vida será a seu favor. Não precisei chegar a esse ponto, pra descobrir que as pessoas possuem sua própria essência...

Nunca serei aquilo que você desejou, porque eu não conheço nem meu próprio desejo.

Abç... Patrícia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A medicalização excessiva na sociedade contemporân...

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

Minha postagem de hoje é uma extração do meu projeto de pesquisa sobre a medicalização excessiva na sociedade contemporânea. Este escrito consiste na revisão da literatura a respeito do assunto, e embora pareça algo muito teórico ou massante, achei legal trazer essa discussão para o blog, pois acredito que muitas pessoas possuem opiniões diversas sobre isto.
Todos os direitos reservados! (rs)



A medicalização excessiva na sociedade contemporânea
A farmacologia surgiu como uma ciência que estuda substâncias químicas que interagem com os sistemas biológicos. O grande objetivo dessa ciência era descobrir e produzir medicamentos onde o sofrimento ou alterações físicas fossem amenizados ou em muitas vezes, erradicados. Com o decorrer dos anos e como toda ciência, a farmacologia foi crescendo e se aprimorando junto com a biomedicina. Hoje a farmacologia se constitui numa grande indústria que produz milhões de medicamentos mundialmente, e atinge pessoas de todas as classes e com todos os tipos de patologias.
O avanço dos fármacos caminha paralelamente com o avanço das patologias recentemente diagnosticadas, ou seja, a cada aumento e ampliação de diagnóstico, um medicamento novo é produzido para atender essa demanda. Sendo assim, hoje a indústria farmacêutica disponibiliza muitos remédios que são acessíveis à sociedade.
A partir da facilidade no acesso aos medicamentos e a alta prescrição médica que vem acontecendo também nos dias de hoje, fazer uso de um medicamento ou comprá-lo, se tornou maneira fácil, rápida e as vezes até mais econômica de extinguir ou amenizar um sofrimento físico ou até mesmo psicológico.
A banalização do diagnóstico e da busca pela descoberta pela causa de uma doença, também ocasiona numa medicalização desenfreada na sociedade, e a prescrição médica se torna algo apenas automático e não empático, onde se busca saber a cessação de um sintoma e não se investiga o sofrimento de um paciente e quais suas causas:
“Ao viver em uma sociedade que valoriza a anestesia e a sedação de sintomas, o médico e seu cliente aprendem a abafar a interrogação inerente a qualquer dor ou enfermidade: O que é que não anda bem? Por quanto tempo ainda? Por que é preciso? Por que eu? Qualquer médico sincero sabe que, se ficar completamente surdo à pergunta implícita na lamentação do paciente, pode até reconhecer sintomas e fazer diagnósticos corretos, mas não compreenderá nada do sofrimento dele." (Tesser, 2006)
“Notável perceber, nauseado é bem verdade, que exames complementaressupostamente anormais são a pseudo-doença e a razão para prescrições estapafúrdias.” (Bittencourt, 2008)
O consultório médico hoje em dia se tornou uma sala de um pseudo trabalho terapêutico. Muitas pessoas procuram uma orientação médica para aquilo que os aflige, e o consultório se torna um espaço depositário de angústias e desabafos, onde muitas vezes o corpo responde pelas questões emocionais. E o remédio se torna, a partir disto, a “cura” para os problemas enfrentados pelos indivíduos da nossa sociedade. O atendimento médico hoje deixa de ser um fator de necessidade, para um exagero praticado pelas pessoas.
Com isto, vem-se observando que a cultura medicamentosa está cada vez mais enraizada na sociedade e nas famílias, onde a educação do uso excessivo e sem prescrições de drogas farmacêuticas é passada de geração para geração. Um fato que nos mostra essa realidade que enfrentamos hoje, é a maneira como nossos antepassados lidavam com a questão da saúde e da contenção de sintomas, onde podemos perceber que num momento onde a indústria ainda não tinha seu poder ou até mesmo sua evolução, a resolução dos problemas eram encontradas e executadas de uma outra maneira, sendo que remédios naturais ou até mesmo conhecimentos sobre plantas medicinais eram a opção mais procurada.
Os medicamentos farmacêuticos são composições químicas que muitas vezes podem causar reações adversas. Hoje em dia, ao contrário de gerações anteriores, não buscamos mais informações sobre aquilo que estamos ingerindo ou qual a causalidade dele. Passou-se a acreditar cegamente nos conhecimentos médicos, químicos e biomédicos e neles foram depositados toda a nossa confiança, não questionando aquilo que nos é indicado ou prescrito. Com isto perdemos a autonomia e a competência de avaliar aquilo que passa de necessário a exagero no nosso cotidiano, e perdemos também o controle daquilo que estamos consumindo, pois acreditamos que o exagero nada mais é do que o necessário. Torna-se uma alienação sobre o consumo e a posologia de medicamentos, queremos apenas o alívio, pelo modo mais fácil e rápido.
“As pessoas tornaram-se condicionadas a obter em vez de fazer, a comprar em vez de criar: em saúde, não querem mais curar-se, mas serem curadas." (Nogueira, 2003a)
Os fatores históricos são determinantes nas questões sociais que enfrentamos, isso em todo o momento de nossa história. Aquilo que é trazido do passado, nos influencia no presente. A inclusão e/ou implantação da cultura medicamentosa também foi passada ou ensinada como algo bom, como aquilo que surgiu para melhorar a vida das pessoas, por isto foi inserida tão fortemente para nós.
“Um estilo de pensamento é um conjunto entrelaçado de tradição, valores, crenças metafísicas, modelos abstratos, representações simbólicas, métodos e exemplos de procedimentos, aprendidos por semelhança e iniciação ao modo tradicional (extracientífico), que os membros de um coletivo de pensamento compartilham para determinada ação, projeto ou interesse específico." (Tesser, 2006)
O que podemos perceber hoje é que a cultura dos medicamentos acumulados nas casas de todas famílias e o uso abusivo de medicamentos prescritos ou não prescritos, tornou-se algo normal e aceitável pela maioria da sociedade, pois medicar-se associou-se a ter saúde, ou, a não ser portador de doenças. E sabemos que isto foge da realidade que esta situação significa.
Medicamentos em excesso não significam benefícios para a saúde, pelo contrário, estudos comprovam que o consumo de determinados medicamentos podem causar depência tanto física, quanto psíquica, devendo ser usados em períodos curtos ou quando forem necessários, o que é contrastante com a realidade que presenciamos hoje. Mais uma vez nos deparamos com uma sociedade que se medicaliza para fugir de problemas relacionados a vida:
“Da mesma maneira, nenhum remédio resolve os problemas de vida de ninguém: os problemas conjugais, relacionais, sociais, afetivos, sexuais e carenciais, no trabalho, na escola, a timidez, a solidão, o orgulho, a autocomiseração, o egoísmo, a culpa... continuam as mesmas ou pioram. Bem usados, os calmantes e outros medicamentos psiquiátricos podem dar uma "força" inicial para que a pessoa resolva ou aceite e aprenda a conviver com seus problemas. Nunca nenhum remédio deve ser usado como fuga de problemas. Se existem problemas emocionais relacionados a fatos da vida, a ajuda de um psiquiatra e de um psicólogo experientes podem ajudar a pessoa a resolver suas questões internas." (Bittencourt, 2008)
Será que a partir deste ponto podemos considerar que os medicamentos farmacológicos estão surgindo como uma possibilidade de fuga dos problemas encontrados em nosso cotidiano? Ou eles surgem como o meio mais fácil e rápido de obtermos resultados satisfatórios contra aquilo que nos incomoda?
Um fato que não pode ser negado é que nos dias hoje o aumento do consumo de fármacos é gritante e que a dependência (muitas vezes desnecessária) dos mesmos gera um ciclo altamente vicioso que atinge os indivíduos da nossa sociedade contemporânea.
“A medicalização excessiva é um dos grandes males da saúde atual, responsável por um número fantástico de vítimas nas mais diversas especialidades médicas. E é surreal observar que estas pessoas ignoram estarem reféns do seu próprio tratamento.” (Bittencourt, 2008)
A medicalização pode ter se tornado um “tratamento” para os problemas que crescem junto com a sociedade? A realidade é que podemos perceber que estas questões estão caminhando conjuntamente: o uso abusivo de remédios com o crescimento e desenvolvimento do mundo capitalista/competitivo e com os problemas psicológicos que vêm atrelados a esta atual sociedade em que vivemos. Tudo isto pode estar colaborando para aquilo que hoje se torna algo alarmante e extremamente preocupante, pois põe em risco a saúde de todos aqueles que fazem o uso abusivo de remédios.

Abç... Patrícia

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Feliz Ano Velho

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

E depois de tanto tempo, cá estou.
Pode parecer a mesma desculpa de sempre, mas realmente o final da graduação, os estágios e todos os relatórios estão quase levando embora minha sanidade mental. Quase.

Hoje vim até aqui pra indicar a leitura de um livro que terminei de ler nesta semana (confesso que a descoberta foi um pouco tardia, pois o livro foi lançado em 1982) que foi indicada por uma querida professora, orientadora de estágio.
O livro chama-se "Feliz Ano Velho", do autor Marcelo Rubens Paiva. Muitos já devem ter lido ou até ouvido falar. Mas super aconselho a leitura para aqueles que ainda não o conhecem.


O livro chegou até mim devido ao meu campo de estágio, onde atuo com deficientes físicos, atletas de um time de basquete sobre rodas. Quando entramos em contato com essa realidade, que muitas vezes está distante de nós, tudo começa a se transformar, principalmente nossas opiniões e visões. Marcelo sofreu um acidente aos 20 anos de idade, quando pulou em um lago e bateu a cabeça em uma pedra, quebrando a 5ª cervical (C5), que o deixou tetraplégico. O livro foi escrito 2 anos após o acidente, e Marcelo conta tudo aquilo que passou naquele momento, que foi de mudanças radicais em sua vida.
O livro é completamente envolvente pois o autor conta toda a sua história de aluno universitário, suas aventuras, suas músicas, tudo aquilo que faz um outro universitário se identificar também. O contraste de alguém super ativo, cheio de expectativas para o futuro e com planos interrompidos nos coloca numa posição de angústia e de uma intensa reflexão de nossa vida.
Mas atenção: cuidado para aqueles que são cheios de pudor, porque o livro é regado de palavrões!
Mas é impossível você não dar gargalhadas enquanto lê.

Adorei o livro, me senti dentro da história. A experiência, mesmo que seja apenas da leitura, de poder saber aquilo que acontece na vida de uma pessoa que sofre um acidente e descobre que nunca mais irá andar, nos faz olhar diferente para aqueles que por tanto tempo tratamos com diferença. Deficientes vivem, deficientes se divertem, deficientes têm problemas, deficientes são pessoas, iguais a todos nós mas com necessidades especiais.

Pra minha experiência não só acadêmica, mas de vida também, considero a leitura desse livro um grande aprendizado. A obra é classificada como "romance", mas eu particularmente a consideraria como algo muito mais do que isso, pois além dela ser romântica e nos envolver, ela te ensina que limites físicos não são limites de vida.

Alguns fatos relevantes:
- Marcelo Rubens Paiva escreveu alguns livros depois deste, já produziu e dirigiu peças de teatro. Inclusive esta obra teve adaptações para o teatro e para o cinema, em 1987.
- É filho do deputado federal Rubens Paiva, que desapareceu durante a ditadura militar e não teve sua morte confirmada. Até hoje seu corpo está desaparecido.
- Marcelo produz até hoje, e faz publicações para o jornal Estadão.

Dados do livro:
Autor: Marcelo Rubens Paiva
Ano de publicação: 1982
Editora: O livro já foi publicado por várias editoras, e hoje em dia não está mais disponível. Porém, consegui a versão digitalizada neste link para quem tiver interesse.

Fica super a dica.
Abç... Patrícia.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Devagar...

Gostaria de compartilhar uma música de uma cantora muito querida.
Fazem dias, semanas que a estou ouvindo. E o mais engraçado é que a letra se encaixou perfeitamente com o momento, e isso acabou sendo inconsciente.
E eu sei, que a novidade existe... E realmente é devagar que as mudanças acontecem!
Que letra, e que melodia!

Samba de um minuto - Roberta Sá

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não

Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldades pra fazer

E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fazer diferente

Queridos leitores, me desculpem a demora na atualização, mas os estágios tomam um pouco do meu intelecto, e minha cabeça muitas vezes fica cansada por demais. Também não gosto de deixar a página sem postagens, mas vou atualizando como posso...


Hoje, mais uma reflexão me trouxe aqui, lógico, a partir da vivência.
Existem momentos na nossa vida, que é como se fizéssemos dela um filme, e colocássemos numa TV para assistirmos. E nesse filme que passa, você consegue enxergar todas as coisas que fez: as coisas boas, as coisas que poderiam ser melhores, as coisas ruins, as pessoas que passaram, a saudade que deixaram, os lugares onde estivemos, as pessoas que amamos, as pessoas que odiamos, e por assim vai...
E no momento em que tudo isso aparece, é como se pegássemos esses momentos e refletindo, conseguíssemos dar um outro desfecho para o "final". Quem nunca, depois de um fato, pensou: "deveria ter feito de um outro jeito?". Isso acontece, devido a nossa maturidade e as nossas vivências, que vão nos mostrando quais os caminhos melhores a se tomar.
E então, pensamos que deveríamos ter agido de uma outra maneira, pra tudo ter acontecido diferente. Mas... será que aquele fato não foi necessário? Sua vivência e sua maturidade deu-se devido ao fato por qual um dia você passou. Se você tivesse feito diferente naquele momento, talvez nunca soubesse ou sentisse aquilo que sente hoje.
Também, pensar que faria diferente, não quer dizer que hoje você irá fazer. Muitas vezes nossas palavras ainda não condizem com nossas ações.

Reconheço que a vontade de voltar no tempo e mudar muitas coisas também me aflige. Mas acho que se voltasse e fizesse diferente, não seria quem sou hoje, com todas as minhas experiências e percepções da vida. Muitas vezes perdemos algo ou alguém que nos faz sofrer, mas quem somos nós para escolher aqueles que ficam perto da nossa pessoa? As pessoas são livres, possuem suas escolhas, embora isso angustie absurdamente nosso ego, e nosso "eu" custe a acreditar que não fomos fortes ou capazes o suficiente para mantermos algumas coisas ao nosso lado...

Aprendi, de verdade, que o tempo é um bom remédio. Pra tudo!
Sempre ouvia que tinha que esperar, que o tempo resolveria as coisas, e sempre me indignei, pois achava que as coisas teriam de ser resolvidas com pressa. Mas depois que o tempo passa, você realmente enxerga que ele foi muito necessário! Te fez crescer, amadurecer, pensar diferente. E aí, as coisas mudam!
Mas o tempo requer habilidade. Você precisa saber lidar com ele e aceitá-lo. Saber fazer dele seu amigo, e procurar mudanças enquanto ele acontece.
Nada vem de graça, nada vem sem esforços, nada vem em vão.
Somos eterna metamorfose, e a nossa experiência puxa esse gatilho.

Uma coisa é uma boa para se refletir:
Talvez hoje você fizesse diferente daquilo que fez no passado. Mas quem dirá que naquele momento você já não estava fazendo diferente?!

Abç... Patrícia.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cada pessoa que passa...

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."
Charles Chaplin


Essa frase é especialmente para uma pessoa que está mudando meus dias e me fazendo descobrir coisas maravilhosas. O meu post pra ela será maior e mais intenso. Hoje foi só pra externalizar um pouco do que estou sentindo!
Abç... Patrícia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quanto vale um valor?

Já escrevo há um tempo, e escrevendo sempre percebi o quanto nos sentimos aliviados dos sentimentos e angústias que carregamos. Quando comecei a fazer os estágios, isso se tornou ainda mais visível, sendo que uma querida supervisora sempre disse que isso iria nos ajudar, e com isso iríamos "clarear" algumas coisas em nossa cabeça.
E hoje, num dia com tantas coisas na cabeça, resolvi escrever pra mandar alguns monstros embora, nem que seja temporariamente. Gosto deste espaço porque ele pra mim é muito ambivalente: faço dele um diário, falo de minhas análises, dos meus gostos, dou dicas também de algumas coisas que acho legais, enfim, me tem um valor muito grande. Aliás, valor. Essa é uma das palavras que me traz aqui hoje.
Ainda questiono alguns valores, mas não falarei hoje de forma geral, vou me reter mais na questão individual neste momento (ou pelo menos tentar). O que são, ou o que significam os valores que carregamos conosco em nossa vida?

Devido a algumas, ou várias, experiências recentes, fico me questionando até que ponto os valores que carrego me servem pra alguma coisa. Percebo que muitas vezes me torno ou ajo de uma maneira que não sou pelo simples fato de acreditar que aquela seria a maneira mais correta. É um valor que carrego sobre isto, ou aquilo. Todos nós em algum momento, ou em vários, agimos da maneira que não somos apenas em troca de uma aprovação, alheia lógico. E assim nos esquecemos de nos aprovarmos, e o nosso "eu" acaba sendo aquele que menos aprova o que você faz ou deixa de fazer, pois você esqueceu-se dele.
E que vazio é esse que nos tornamos a partir do momento que vivemos para o outro? Que vida é essa que não olha para dentro e não deixa externalizar aquilo que realmente queríamos pôr pra fora? Que recalque tão absurdo é esse?
A única coisa que consigo afirmar nesse momento é que o sentimento de angústia é muito grande. Esse sentimento vem carregado da sensação de vazio, e o vazio é uma das piores coisas as quais sentimos e constatamos. O que se faz com o vazio? No vazio não sabemos quem somos ou pra onde vamos, mas é engraçado que é o vazio que vai nos mover e nos mostrar que devemos mudar a rota e o olhar.

Minha maior queixa nesse momento é a angústia. Por que o olhar para si se torna tão difícil? Sinto um grande incômodo quando percebo que as pessoas ao meu redor acreditam mais no meu potencial do que eu mesma, simplesmente pelo fato de eu estar preocupada em como eu deveria me portar perante outras pessoas, ou seja, como devo agir a partir daquilo que ela espera que eu seja ou faça, esquecendo-me daquilo que já sou. Esse conflito não parece, mas é muito grande. A pressão externa se converte internamente e toma proporções da qual nunca imaginávamos.
Mas desse jeito, quando sou eu de verdade?
Em alguns momentos me pergunto qual a veracidade das palavras ou dos atos que concretizo, e até que ponto eu realmente desejei aquilo que fiz. Nos submetemos à coisas que realmente não queremos, apenas para ser "aprovado" por outros. Mas, engano nosso. Mesmo tentando ser aquilo que não somos, seremos repelidos.

Não estou me sentindo no lugar. É como se alguém tivesse vindo e me tirado de mim. Não me sinto dentro do corpo algumas vezes, tirando o fato de escrever e falar sobre aquilo que sinto. E por isso a escrita é uma amiga que ainda caminha junto comigo, mesmo nos caminhos perdidos.
Sinto raiva de quem me tirou do lugar, mas quando olho, percebo que eu mesma me tirei. Mas por que e pra quem? Quem merece estar mais no meu lugar do que eu mesma?
As pessoas ao nosso redor não são merecedoras do nosso viver, nem das nossas emoções e sentimentos. Ninguém irá sentir aquilo que você está sentindo, e você nunca será perfeito aos olhos de ninguém, então, pra que tanto esforço? Seja bom e suficiente pra você, deixe alguns valores de lado, pois eles visam mais aquilo que o outro está pensando, do que aquilo o que você está sentindo.
E se nós não sentirmos, como é possível a vida?
Termino com essa pergunta, que pra mim foi mais um insight, do que uma questão em si.

Não se vive a vida assim. Se vive sentindo, e sem a preocupação de como será o viver.
Abç... Patrícia.

(A foto é apenas uma imagem de uma paisagem que me traz paz. Não achei necessário outro significado.)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Maldito Futebol Clube

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

Um filme para quem gosta de futebol!


Michael Sheen vive o controverso técnico britânico Brian Clough nesta trama ambientada entre o fim dos anos 60 e começo dos 70. Após conseguir colocar o time de segunda divisão Derby County no patamar dos grandes da Inglaterra, o técnico é convidado para treinar o rico e difícil clube Leeds United, substituindo seu arqui-rival, Don Revie (Colm Meaney), que acabara de ser convocado para comandar a seleção inglesa. Clough não conta mais com os conselhos de seu amigo de longa data e auxiliar técnico Peter Taylor (Timothy Spall) e assume uma difícil tarefa: comandar um time totalmente fiel ao seu antigo treinador e que, para piorar, acaba de ser esculachado pelo próprio Brian Clough em uma entrevista. A narrativa do filme costura o passado do técnico e sua campanha de vitórias ao lado de Peter Taylor com a sua ligeira experiência à frente do Leeds United. Clough fica no Leeds por apenas 44 dias, onde é despedido por seu trabalho sem sucesso.

 

Não conhecia esta história, e o mais legal é quando você acha que Clough acaba derrotado no fim de sua carreira, mas descobre a história maravilhosa que construiu depois! E também a bonita amizade entre o técnico e seu amigo Peter, que terá seus desentendimentos e reconciliação.
A ambição também toma conta do drama, contando a história de um técnico que assume um time por uma vingança pessoal.
Pra quem gosta de futebol, vai gostar também desse filme. O elenco é espetacular!
O charme inglês também é encantador! (rs)

Maldito Futebol Clube (The Damned United – 2009)
Direção: Tom Hooper
Roteiro: Peter Morgan baseado em livro de David Peace
Elenco: Michael Sheen, Timothy Spall, Colm Meaney, Mark Bazeley, e Jim Broadbent

Abç... Patrícia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sexo é para vira-latas

"(...) Mas quero resumir aqui, para o próprio Gilson Amado, as minhas objeções contra a educação sexual. Antes de mais nada, ela desumaniza o homem e desumaniza o sexo. No dia em que o sujeito perder a infinita complexidade do amor, cairá automaticamente de quatro, para sempre. Sexo como tal, e estritamente sexo, vale para os gatos de telhado e os vira-latas de portão. Ao passo que no homem o sexo é amor. Envergonha-me estar repetindo o óbvio. O homem começou a própria desumanização quando separou o sexo do amor. Um dia farei um teste com o admirável Gilson Amado. Iremos para uma esquina. E ele verá que todos passam de cara amarrada, exalando a mesma e cava depressão. São as vítimas do sexo sem amor. Tão simples enxergar o óbvio ululante. Devia ser não educação sexual, mas educação para o amor, simplesmente para o amor. E o homem talvez aprendesse a amar eternamente."
Nelson Rodrigues em "Sexo é para vira-latas" (21/04/1970)

Após ouvir esse trecho ontem, na peça "As noivas de Nelson" (adaptação de "A vida como ela é...", por sinal muuuito boa!) fiquei pensando sobre isso. 
O sexo sem amor seria apenas a consequência do instinto? Então, voltamos à condição de animais, e deixamos de lado nossa capacidade de amar.
Do mesmo jeito que ouvi e refleti, coloquei o trecho aqui, para alguém também ler e refletir. Afinal, por essa capacidade ainda somos privilegiados.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

As Brasas

Terminei de ler essa semana o livro "As Brasas", conforme a indicação de minha supervisora de Psicanálise. O livro contra a história de um general (Henrik) que espera há quarenta um anos a volta de um grande amigo de infância (Konrad) para descobrir qual foi o motivo que o fez partir sem se despedir.
A amizade, que mais se parecia uma irmandade, é mostrada como uma fundição entre as personagens. Porém, a história é toda contada a partir do ponto de vista de Henrik, um homem de família rica e nobre que não aceita a ideia de ter sido abandonado.
Um ego completamente narcísico, que fica cada mais vez evidente a partir das coisas que diz ao amigo. Crê que Konrad tinha grande inveja de sua vida, onde podemos até sentir seu ar arrogante.
A partir de um momento o livro estabelece um monólogo, o qual nos enche de ansiedade.
Com a história, vamos percebendo que a dor não se constitui numa saudade daquele partiu e o qual sentimos falta, mas sim, da dor narcísica de se sentir tão bom e suficiente para alguém e ter sido deixado para trás.


Sinopse
"Viveram lado a lado desde o primeiro instante, como gêmeos do útero materno. Não precisaram fazer pactos de amizade como costumam fazer os garotos dessa idade, que se lançam com paixão e ostentação a rituais ridículos e solenes, dessa forma inconsciente e grotesca com que o desejo se manifesta entre os homens, quando decidem pela primeira vez arrancar do resto do mundo o corpo e a alma de outra pessoa para possuí-la com exclusividade. O sentido do amor e da amizade estava todo ali. A amizade deles era séria e silenciosa como todos os grandes sentimentos destinados a durar uma vida inteira. E como todos os grandes sentimentos, também continha certa dose de pudor e de culpa. Ninguém pode se apropriar impunemente de uma pessoa, subtraindo-a de todas as outras."

Eu realmente me questiono se a relação estabelecida entre eles poderia ser chamada de "amizade". O final dá sinopse já nos mostra que esse questionamento pode ser levantado. Mas, nada como ler o livro para ver qual a percepção de cada um.
Abç... Patrícia.

Informações sobre o livro:
Título: As Brasas
Autor: Sándor Márai
Páginas: 172
Editora: Companhia das Letras

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Relembrar o fato ou a dor?

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada)


Eu imagino que a maioria já esteja um pouco enfadada a ouvir ou ler coisas a respeito dos 10 anos do atentado às torres gêmeas, ocorrido em 11/09/2001. E com certeza ainda iremos ver muito sobre esse dia, devido ao grande patriotismo e a grande dor do povo norte-americano.
Porém, assistindo todas as homenagens que foram feitas não só no país, mas ao redor do mundo e também de ver a dor da lembrança para aqueles que ficaram, me fiz a seguinte pergunta: Isso se consiste em relembrar o fato ou a dor?

Algumas coisas acabam sendo um pouco contraditórias na nossa atualidade. A morte que é um destino a qual ninguém pode fugir, acaba sendo tratada de formas diferentes. Hoje podemos todos perceber, o quanto as pessoas possuem o medo da velhice, a não-aceitação dessa fase natural da vida e o "medo" das mudanças que ela carrega, e estão fugindo cada vez mais fisica e psiquicamente, se escondendo atrás de fórmulas estéticas fantásticas, que transformam uma senhora de 60 anos em uma mulher de 40. E isso é cada vez mais normal no nosso mundo, onde as pessoas enxergam este fato como um culto à beleza, ao estar e se sentir bem. Porém, isso acarreta num sentimento jovem que faz a pessoa continuar negando seus 60 anos de idade. Essa busca desenfreada pela juventude e a negação do envelhecimento, se camuflou como busca apenas da beleza. E isso faz com que nos convençamos mesmo que só estamos indo atrás disso. Mas envelhecer significa estar se aproximando da morte, e o homem desaprendeu a lidar com ela. A medicina (salvo muitos casos) também está ai para nos mostrar isso.
Após esse fato cada vez mais crescente de distanciamento que estamos estabelecendo com a morte, enganando nós mesmos que sempre teremos nossos 20 e poucos anos, pensei após tantos anos vendo a dor dos familiares e amigos e a grande homenagem às vitimas do 11 de setembro, o quanto o ser humano está entrando em contato com estas mortes. É aí que entra a posição contraditória que mencionei. Ele foge mas busca a dor que ela traz, ao mesmo tempo, e sem perceber.
Há quantos anos vemos todas as vítimas sendo lembradas e choradas?
Acredito que o fato deva sim ser lembrado por muito tempo, assim como temos a história e a memória de grandes acontecimentos mundiais. Mas será que é o fato que está sendo lembrado até agora ou a dor dessas pessoas? Uma dor que parece nunca ter fim. Um luto que NÃO quer ser elaborado, e que é relembrado todos os anos.
Algumas questões realmente me intrigam. A dificuldade de aceitação e de relação com a morte está aí: fugimos dela porque não a queremos, não a suportamos, mas quando ela chega, não nos conformamos e acabamos entrando sempre em contato com a dor que ela proporciona. E nisso se encontra a grande dificuldade do ser humano em aceitar e lidar com a morte.

A cada oportunidade que tenho de pensar sobre como o ser humano se relaciona com esta questão, fico mais intrigada. Por que precisa essa "não-aceitação" significar uma dor incessante?

Não estou questionando o fato do atentado, pois isto entraria em questões políticas que fogem ao meu alcance, mas penso na dor que é constantemente lembrada, sentida e cutucada, não permitindo então que sofrimento e angustia possam se libertar para que cada um possa seguir sua vida em frente, diminuindo talvez esse peso que carrega há tantos anos.
Ouvi na TV esses dias a triste comparação da cascata que construíram no lugar das torres com as lágrimas incessantes dos que ficaram. Que triste vida será essa? O quanto dói carregar este sofrimento?


Acredito, na minha concepção, que o fato deve ser lembrado, tanto pelo fato histórico e TAMBÉM pelas pessoas inocentes que morreram nesta data. Mas a dor das pessoas e este luto eterno, definitivamente, não irão mudar o mundo. A indignação não significa ação.
E termino também, com outro questionamento: Será que mostrar ao mundo um fato tão triste enfatizando o sofrimento causado, para que ele não aconteça novamente, irá realmente fazer o homem deixar de lado sua ambição e lembrar da existência do outro?

E o luto sempre fica, sem elaboração alguma, e sem acharmos que precisamos disso.
Abç... Patrícia

domingo, 11 de setembro de 2011

O que não parece ser



"Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são."

William Shakespeare




Se o homem não mostra, a vida vai mostrar...

sábado, 10 de setembro de 2011

Conversa com o amor



Estava o amor ali, sentado, esperando a hora passar e a tristeza chegar ao fim. Que triste são os amores não correspondidos, abandonados e solitários.
As horas se passavam como todos ali que também andavam, e viram o amor sentado à beira da luz do cair da tarde, onde nada se tornava diferente. O amor tomava a forma de uma mulher bonita, de cabelos castanhos, olhos cor de mel, num corpo robusto com um rosto rosado. E lá o amor ficava, sem saber pra onde ir ou qual direção tomar nessa vida.
Todos os sentimentos passaram à sua frente, e deixaram para ele apenas lembranças e palavras, mas que nada puderam mudar. 
Primeiro passou a solidão que sentou e quis ficar. Tomou um grande tempo e fez as coisas se tornarem cada vez mais perdidas e tristes. A solidão não quis embora, mesmo quando foi solicitado. Sempre foi teimosa, cheia de tempo disponível para ficar na vida das pessoas e sempre inesperada. E ali ela sentou, ao lado da moça bonita e ficou em silêncio, mas seu silêncio bastava, como se proferisse tantas palavras angustiantes que traziam a dor. A solidão nunca precisou falar, sempre foi muda, mas sempre significou um turbilhão de palavras. E assim, a moça chorou e lembrou.
Logo após veio a incerteza. Não sabia se sentava ou se ia embora, se falava alguma coisa ou se respeitava o silêncio da moça. Mas resolveu sentar por alguns instantes ao lado dela, e a relembrou de tantos fatos, os quais ela nunca obterá respostas. E ali ficou por alguns minutos conversando com o amor, sempre mostrando as possibilidades de caminhos, como tudo era incerto e como o amor deveria ser desconfiado. Mas chegou a hora de partir, pois não tinha certeza se estava sendo escutada, e se foi. O silêncio voltou e a moça pensou naquilo que não deveria pensar.
A traição sabia onde o amor estava, e também quis se sentar alguns minutos. O amor foi hesitante no começo mas a traição soube como manipulá-lo, soube falar as palavras mais bonitas, as promessas mais encantadoras e jurou dar-lhe o mundo todo. E o amor sempre acreditou, sempre quis tudo isto. Mas a traição logo se foi, deixando a moça ali, esperando todas as coisas prometidas e todas as sensações oferecidas. Alguma coisa que passou atraiu sua atenção, e ela logo foi atrás como sempre fez, desfazendo os sonhos que gerou no amor. E a moça logo se tomou de tristeza pois foi mais uma vez traída.
Em seguida a distância passou, mas quis falar de longe. Lembrou o quanto ficar longe do outro dificulta as relações. O amor se levantou, quis chegar mais perto, mas ela logo recuou pois não havia a possibilidade dessa aproximação. Embora o amor soubesse que para ser feliz, deveria estar junto daquilo que mais se afastava dele, mas não conseguiu. E depois de algumas palavras faladas ao longe, a distância foi embora, pois não queria estar próxima à ele. E a moça sentiu um vazio no peito, como quando perdemos algo e não sabemos onde deixamos.
A felicidade veio logo atrás. Chegou cheia de vida, na forma de um sorriso e quis sentar bem perto. Mostrou todas as coisas bonitas que tinham no jardim que os cercava, e como a vida era cheia de caminhos que podiam trazer a felicidade. O amor logo se encheu de alegria e viu que havia chances para ele, que a vida poderia ser além daquilo que vivia e que toda sua história poderia ser diferente e com um final feliz. Mas a moça lembrou de todas as outras passagens, e pôs-se a perguntar quem estava certo.
A esperança chegou radiante, mostrou-lhe que tudo pode mudar, que as coisas e as pessoas possuem seus ciclos, e nada é determinado nessa vida ao ponto de desistirmos. Contou fatos bonitos e importantes de amores que mudaram e que puderam ser felizes. A moça voltou a acreditar em seu coração, e o amor disse à ela que deveriam seguir em frente, mesmo com tantos tropeços.
A paixão passou, mostrou ao amor que tudo era crédito seu. Lembrou das coisas bonitas por ela vividas, dos sentimentos entorpecentes que proporcionou, das horas perdidas numa tarde de sol, das alegrias com um simples olhar, dos suspiros constantes ao longo dos dias e de como tudo se transformou em colorido. A paixão lembrou ao amor as coisas bonitas as quais ele havia se esquecido, mostrou o outro lado de alguém que descobrimos no início, as qualidades que ainda possuímos mas que esquecemos ao longo do tempo. E o amor se encheu de lembranças boas e de sentimentos maravilhosos, e disse à moça que sua lembrança ainda conseguia sentir aquelas sensações, os cheiros, os toques. E a moça teve saudade. E a saudade demorou mas logo veio, chegou cheia de mistérios e disse à ela que só iria embora com o tempo, que era seu grande aliado. Quando a saudade se foi, as coisas voltaram a ser boas, mas a moça sabe que logo ela voltará e fará tudo ser lembrado e sentido novamente.
E o amor ficou ali, lembrando de todas as passagens por aquele banco e tentando entender o que sentiu e o que faria depois disso tudo. 
Mas ainda faltava alguém, alguém que sempre resolveu tantas coisas, mas que estava dando a sensação que nunca ia passar. Era o tempo. Porém, ele já tinha passado e ainda estava passando por lá. Passou por todos os momentos, viu todas as visitas e guardou todas as palavras. Guardou tudo numa caixa que deixou ao lado da moça, o que se tornaria grandes lembranças. Passou ali tantas vezes que o amor nem percebeu, mas mesmo assim reclamou, dizendo que estava sentindo a falta da sua visita e que precisava de suas palavras para ponderar tudo aquilo que tinha escutado.
O tempo tinha lhe escrito, num papel que na caixa se encontrava, que não precisava ter sentado ao seu lado, mas que só precisava ter passado por ali e ter proporcionado todas aquelas sensações; que não precisava ser visível, mas sim perceptível. Foi assim que o amor sentiu que ele realmente tinha passado por ali, e tinha colocado algumas coisas em seus lugares.
É estranho como o amor sempre tem a sensação de não tê-lo encontrado, mas no final sempre sabe que foi visitado. E disse à moça que apesar de tudo o que tinham lhe falado, de todas as sensações vividas novamente, o único que deveria ali ser respeitado era o tempo. A moça fechou os olhos, pediu para que ele passasse depressa, que os pensamentos entrassem no lugar e que tudo mudasse a partir dali, mas foi quando o amor disse que nisso, só o tempo manda.
Eles entenderam que tudo o que ouviram faziam parte deles e que nada ali era desconhecido. Alguns eram bem-vindos, outros não, mas nenhum era um estranho. Entenderam que tudo era uma mistura, sem sabermos o porque das coisas.
Foi assim que a moça descobriu que não adiantava sentar e esperar as coisas passarem, mas sim lembrar das coisas ditas e feitas e saber o que fazer com elas, aliadas ao tempo. 
Ela se levantou, carregou o amor junto e todas suas lembranças, os olhos ainda tinham lágrimas, mas a sensação já era diferente e foi embora com todos os sentimentos possíveis e imagináveis, com a cabeça cheia de pensamentos, mas sabia que depois de tantas visitas, só precisava ter esperado uma delas passar...
...o tempo!
(Conto produzido em 29/08/11 para o 9º Unicult da Unimep)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Museu de Imagens do Inconsciente

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

"A Arte como Terapia"
O Museu de Imagens do Inconsciente faz parte da história da reforma psiquiátrica no Brasil e exerce influência no processo de transformação dos métodos terapêuticos pelo mundo. Surgiu por meio do trabalho terapêutico da junguiana dra. Nise da Silveira em ateliê criado em 1946, no setor de Terapêutica Ocupacional do então Centro Psiquiátrico Pedro II. O museu foi fundado alguns anos depois, em 1952, e reúne uma coleção artística psicopatológica de cerca de 300 mil obras, sendo um centro vivo de estudo e pesquisa.


O site conta toda a história desse trabalho desenvolvido por Nise, além de mostrar grandes obras, serviços, agenda, textos, cursos e até as visitas feitas por Jung.

Este trabalho é muito desenvolvido com pacientes esquizofrênicos e portadores de distúrbios mentais. A arte é usada por muitos como processo terapêutico, e podemos ver que seus resultados são altamente satisfatórios. É através dessa sublimação que podemos chegar ao interno de um ser, e o inconsciente facilmente é representado por pinturas e desenhos.
O legal do site é promover a história de uma belíssima luta que se constitui pela Reforma Psiquiátrica e pela desinstitucionalização dos hospitais, e também de mostrar que a proporção da arte atinge níveis muito maiores do aqueles que imaginamos, pois ela não advém de nossa "realidade", mas sim, muito além disso. Ele também conta a trajetória de vida de cada autor que teve sua obra publicada, resgatando assim a essência de todos que colaboraram com essa bonita história.

O Museu fica no Rio de Janeiro/RJ e realiza exposições internas e externas, cursos, publicações e documentários que são apresentados em universidades e centros de cultura no Brasil e no exterior.
Vale a pena conferir!

[Autor: Fernando Diniz]
(Essa é alguma das muitas obras divulgadas pelo museu!)

Abç... Patrícia.

Há tantas violetas velhas sem um colibri...

"Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar.."

"Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular"


"No mais, estou indo embora..."

Algumas letras falam por si.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Onde está seu filtro midiático?

Estamos perante à um grande poder, um grande facilitador e um grande revolucionário dos tempos.
Cada dia somos mais reféns desse grande meio que norteia nossas decisões e ações perante a vida. Não sabemos no que devemos ou não acreditar. Ela toma força, ela é potente, inovadora, revolucionária e muitas vezes destruidora.
Ela nos dá o sentimento de detentores da verdade, do conhecimento e também de marionetes. Até que ponto é considerado um bom jornalismo? Ou, uma informação desnecessária e intrusa?
Podemos viajar o mundo, conhecer o desconhecido, explorar culturas, sair do lugar, mover montanhas, ser transformado, ser iludido, ser persuadido, ser hoje aquilo que não éramos ontem. Mas tudo nessa vida tem seu limite, e a mídia está desconhecendo o seu. E nós, mergulhamos junto com ela nessa falta de limites e de respeito, e perdemos os nossos também.
Ela surgiu como a oportunidade do conhecimento daquilo que até então era inalcansável, da maravilhosa possibilidade de enriquecimento intelectual. Já foi ovacionada, reprimida, censurada, questionada, contestada, e até hoje se mostra firme e crescente, poderosa e inovadora, persistente e perspicaz. Mas também já foi aplaudida, amada, querida, desejada e idolatrada. Foi o meio de fuga de épocas onde não havia saída, foi a luz no fim do túnel, foi a mudança que muitos queriam. Leva consigo estes fatos há décadas, carrega uma responsabilidade sem fim e é depositária daquilo que sentimos.
 Mas como qualquer outro meio devemos saber o que fazer com ela, como deixar ela entrar em nossa vida e filtrar aquilo que não necessitamos. Nossos filtros devem estar atentos, pois a mídia não é só produzida por bem feitores. Como tudo, ela possui seu lado bom e mau, seu lado negativo e positivo. Devemos saber até onde ela pode nos influenciar para que não perdamos nossa essência e nossos valores e transformemos tudo num grande equívoco de nossas ações e percepções.
Os “meios” não justificam os fins, nesse sentindo contrariando algumas regras. Nosso intelecto desse ser moldado por aquilo que ela nos traz, mas não deve ser persuadido ao ponto de visões e percepções equivocadas. A mídia luta contra o preconceito mas o traz escondido, como se fosse um parasita. E assim também com vários outros assuntos que aborda e transmite.
O que nos falta é a balança, nos falta a ponderação e o bom senso, mas isso tudo infelizmente não vêm junto com as informações que chegam até você. Isso vem de cada um e é conquistado a partir de nossas vivências. O equilíbrio se encontra muitas vezes naquilo que julgamos desequilibrado. A posição de marionetes sempre nos deixará submissos às imposições de mídias que não querem que cheguemos ao conhecimento e à libertação.
Mas com todos estes percalços, somos também grandes privilegiados por esse movimento circular que inova aquilo que teve sem tempo findado.
Porém, a grande questão é muito particular. Vivemos numa atualidade onde os interesses são recorrentes, e interesses são carregados de ambivalência. Nossa experiência precisa nos ajudar a reconhecer estes interesses e adquirir somente aqueles que nos acrescentarão algo positivo, e lembremos: informações ruins não são sinônimos de questões e imposições negativas e vice-versa. Tudo irá depender de nossa absorção.
As mazelas do mundo, hoje nos transmitida em primeira mão, não deveriam ser algo a se multiplicar ou se tornar comum, mas sim, de se buscar uma solução. As possibilidades de mudanças estão atreladas às mazelas, mas para isso, a possibilidade interna necessita ser despertada.
Pensemos em como estamos enfrentando este momento social que tanto tem a nos acrescentar e a subtrair, e tentemos enxergar até que ponto nos é positivo. As informações podem ser filtradas, e as mudanças partem da pequena (ou da grande) parcela daqueles que enxergam os melhores fins, mediante este meio. Um meio de comunicação sério e transformador, mas que muitas vezes pode se mostrar anti-ético e destruidor.
Façamos nós mesmos a tolerância do intolerável, e assim, mudaremos a direção de uma área que merece todo o respeito e crédito por sua bela história, mas que está tomando proporções desnecessárias e seguindo por um caminho tortuoso.

(Crônica inscrita no 9º Unicult da Unimep)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um breve cumprimento

Queridos, ando um pouco afastada das publicações devido a correria dos estágios que tomam meus dias. E isso, é muito satisfatório!

Continuo aqui e no Zine, onde também estou num ritmo mais lento.

E hoje, foi o dia de uma publicação de uma foto um tanto curiosa, na qual viajo um bocado!
Tudo culpa da psicanálise, que agora me domina cada vez mais! rs.

Aonde dá?


Gostaria de compartilhar uma imagem, que depois de alguns anos querendo, consegui captar.

Esse local fica próximo à minha casa, numa rua sem saída, que cerca um terreno que ali existe.
Quando vi esta imagem pela primeira vez, fiz uma grande relação com um quadro surrealista, adorei a possibilidade de imaginação que ele me proporcionou. Ou seja, eu viajei total desde a primeira visualização! (rs)

O inconsciente não é passível de uma localização neurológica, e sim, apenas uma "teoria". Os quadros surrealistas trazem muito daquilo que entendemos por inconsciente, e eu diria que essa imagem também me proporcionou essa relação, pois, muitas vezes achamos que o que está por trás ou além é muito óbvio, quando somos todas vezes surpreendidos, pois somos enganados a todo momento.

E essa porta... pra que lugar será que ela dá?!

Prometo não lhes abandonar.

Abç... Patrícia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Maternidade

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")


Trouxe este tema hoje, pois, algumas experiências desta semana me fizeram pensar como muitas mulheres enfrentam este momento da vida.
Não é de hoje que acompanhamos mulheres que abandonam seus bebês, mulheres que roubam bebês e mulheres que sonham um dia poder engravidar. Tantos quereres tão distintos mas que rondam um só tema, o "maternidade".
Muitos poderiam me responder que as mães que abandonam seus filhos são tomadas pelo medo, mas, me questiono: o medo de quê? Existem tantos.
Questões sociais são questionáveis, pois, muitos aqui conhecem famílias desse Brasil tão pobre que lutam para sustentar seus filhos, sejam eles quantos for. A questão é mais embaixo.
O que um filho provoca em uma mulher? O que a experiência da maternidade vai substituir na vida de uma mulher? Talvez uma outra experiência pela qual ela ainda não queira se desligar?

A problemática é que muitas mulheres ainda não estão preparadas para ser mães, outras nasceram para ser e outras nunca a serão. Ainda me lembro do espanto que me causava ouvir de uma mulher idosa que ela não teve filhos por opção! Mas, com o tempo, descobrimos que ser mãe não é uma obrigatoriedade, é algo que precisa ser desejado, mesmo que não seja esperado. Precisamos nos libertar também da ideia de que no coração de mãe sempre cabe mais um.
A figura materna sempre foi transformada em algo maravilhoso (possível origem bíblica), então ainda não conseguimos entender algumas limitações que existem entre algumas mulheres e a maternidade. Podemos perceber isto pela diversidade de opiniões que cada uma delas possui sobre o assunto.

Mas, o que vejo sobre tudo isso é como este tema anda sendo abordado. Existem as mães violentadas, existem as mães do tradicionalismo e existem as mães, que são verdadeiramente mães.
Um filho significa uma vida, uma vida que foi concebida por um ato que muitas vezes (diga-se, quase sempre) é praticado sem esta intenção. Muitas vezes penso que a gravidez não deveria ser consequência do sexo (mas aí entraríamos em questões religiosas e biológicas que não valeriam a pena).

O ponto relevante deste meu post hoje, que fiz baseado nas reflexões que faço em meu blog, é: Quais as condições psicológicas e emocionais de uma mulher frente a realidade da maternidade? Sabemos que abandonar um bebê é crime, e nem estou aqui para questionar tal fato. Mas, muitos aqui não devem fazer a ideia de como uma mulher se sente mal (esporadicamente, claro) durante o período de gravidez. Já ouvi muitas dizerem que este não é o melhor momento da vida, como muitos dizem; já vi mulheres deprimidas por ser transformarem no 2º plano (pois sim, quem importa neste momento é o bebê... você precisa estar bem e saudável por causa dele).
Ainda não sou mãe, mas estou tendo a experiência nesse semestre de estagiar com gestantes, e ouvir delas quais são seus anseios, suas expectativas, seus fantasmas, suas mazelas e tudo aquilo que uma mulher carrega junto com o filho.

O presente post não é para falar sobre a natalidade infantil, sobre o abandono de crianças ou sobre a adoção. Mas sim, em quem a gestante se transforma. Nosso dever é sempre lembrar que uma vida está sendo gerada por outra. E se a primeira não deve ser esnobada ou minimizada, a segunda também não.
Mulheres bem assistidas geram possibilidades de uma maternidade mais efetiva, mesmo que a maneira afetiva e emocional seja diferente de uma para outra. E a conscientização e acolhimento de mulheres que não desejam seus filhos precisa se tornar cada vez mais intensa, mostrando à elas, que sua negação da maternidade não significa o descarte de um filho (o qual ocasiona muitas vezes a morte), e que a adoção é um caminho.

Hoje, foi apenas uma reflexão minha que externalizei aqui. Provavelmente no futuro, poderei trazer dados e questões mais relevantes que tornem este assunto mais pontuado. Mas acho que vale pelo fato do que muitos estão pensando neste momento: "Essa menina falou bobagem" ou "Acho que talvez ela tenha razão", pois algo só faz sentido, quando pensamos sobre ele. E refletir, sempre nos faz sair do lugar.
Prometo falar mais sobre isso!

Abç... Patrícia

domingo, 7 de agosto de 2011

Benefícios "gratuitos"

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")


Nesta última sexta-feira, dia 05, "comemorou-se" o Dia Nacional da Saúde (a palavra comemorar se encontrar entre aspas, pois ainda não se caracteriza como uma comemoração). Ainda sabemos que muitas coisas precisam melhorar, porém, na última semana foi divulgada uma boa notícia, mas que irá atingir os planos dos convênios médicos particulares.
A partir de janeiro de 2012, conforme determinação da ANS (Agência Nacional de Saúde) os planos serão obrigados a oferecer 69 procedimentos gratuitos para seus conveniados. Estes procedimentos foram determinados a partir de uma votação disponibilizada na internet, onde cada pessoa votou no qual julgou mais necessário. Sendo assim, procedimentos definidos conforme a demanda, uma determinação que irá atingir a realidade.

Resolvi trazer esta informação, pois talvez muitos ainda não saibam, e com certeza podem ser mais um dos beneficiados com esta notícia.
Os procedimentos mais votados, por isto os escolhidos, são:

1. Bloqueio anestésico de plexos nervosos (lombossacro, braquial, cervical) para tratamento de dor;
2. Angiotomografia coronariana (com diretriz de utilização);
3. Esofagorrafia torácica por videotoracoscopia;
4. Reintervenção sobre a transição esôfago gástrica por videolaparoscopia;
5. Tratamento cirúrgico do megaesofago por videolaparoscopia;
6. Gastrectomia com ou sem vagotomia/ com ou sem linfadenectomia por videolaparoscopia;
7. Vagotomia superseletiva ou vagotomia gástrica proximal por videolaparoscopia;
8. Linfadenectomia pélvica laparoscópica;
9. Linfadenectomia retroperitoneal laparoscópica;
10. Marsupialização laparoscópica de linfocele;
11. Cirurgia de abaixamento por videolaparoscopia;
12. Colectomia com íleo-reto-anastomose por videolaparoscopia;
13. Entero-anastomose por videolaparoscopia;
14. Proctocolectomia por videolaparoscopia;
15. Retossigmoidectomia abdominal por videolaparoscopia;
16. Abscesso hepático - drenagem cirúrgica por videolaparoscopia;
17. Colecistectomia com fístula biliodigestiva por videolaparoscopia;
18. Colédoco ou hepático-jejunostomia por videolaparoscopia;
19. Colédoco-duodenostomia por videolaparoscopia;
20. Desconexão ázigos - portal com esplenectomia por videolaparoscopia;
21. Enucleação de tumores pancreáticos por videolaparoscopia;
22. Pseudocisto pâncreas - drenagem por videolaparoscopia;
23. Esplenectomia por videolaparoscopia;
24. Herniorrafia com ou sem ressecção intestinal por videolaparoscopia;
25. Amputação abdômino-perineal do reto por videolaparoscopia;
26. Colectomia com ou sem colostomia por videolaparoscopia;
27. Colectomia com ileostomia por videolaparoscopia;
28. Distorção de volvo por videolaparoscopia;
29. Divertículo de meckel - exérese por videolaparoscopia;
30. Enterectomia por videolaparoscopia;
31. Esvaziamento pélvico por videolaparoscopia;
32. Fixação do reto por videolaparoscopia;
33. Proctocolectomia com reservatório ileal por videolaparoscopia;
34. Cisto mesentérico - tratamento por videolaparoscopia;
35. Dosagem quantitativa de ácidos graxos de cadeia muito longa para o diagnóstico de erros inatos do metabolismo (EIM);
36. Marcação pré-cirúrgica por estereotaxia, orientada por ressonância magnética;
37. Coloboma - correção cirúrgica (com diretriz de utilização);
38. Tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização);
39. Tomografia de coerência óptica (com diretriz de utilização);
40. Potencial evocado auditivo de estado estável - peaee (stead state);
41. Imperfuração coanal - correção cirurgica intranasal por videoendoscopia;
42. Adenoidectomia por videoendoscopia;
43. Epistaxe - cauterização da artéria esfenopalatina com ou sem microscopia por videoendoscopia;
44. Avaliação endoscópica da deglutição (FEES);
45. Ácido metilmalônico, pesquisa e/ou dosagem;
46. Aminoácido no líquido cefaloraquidiano;
47. Proteína s livre, dosagem;
48. Citomegalovírus após transplante de rim ou de medula óssea por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
49. Vírus epstein barr após transplante de rim por reação de cadeia de polimerase (PCR) - pesquisa quantitativa;
50. Determinação dos volumes pulmonares por pletismografia ou por diluição de gases;
51. Radioterapia conformada tridimensional - para sistema nervoso central (SNC) e mama;
52. Emasculação para tratamento oncológico ou fasceíte necrotizante;
53. Prostatavesiculectomia radical laparoscópica;
54. Reimplante ureterointestinal laparoscópico;
55. Reimplante ureterovesical laparoscópico;
56. Implante de anel intraestromal (com diretriz de utilização);
57. Refluxo gastroesofágico - tratamento cirúrgico por videolaparoscopia;
58. Terapia imunobiológica endovenosa para tratamento de artrite reumatóide, artrite psoriática, doença de crohn e espondilite anquilosante (com diretriz de utilização);
59. Oxigenoterapia hiperbárica: adequação da diretriz de utilização (DUT) para inclusão da cobertura ao tratamento do pé diabético;
60. Análise molecular de DNA: adequação da diretriz de utilização (DUT) para cobertura da análise dos genes EGFR, K-RAS e HER-2;
61. Implante coclear: adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir o implante bilateral;
62. Pet-scan oncológico: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes portadores de câncer colo-retal com metástase hepática potencialmente ressecável;
63. Colocação de banda gástrica por videolaparoscopia: adequação da diretriz de utilização (DUT) para colocação de banda gástrica do tipo ajustável e por via laparoscópica;
64. Gastroplastia (cirurgia bariátrica): adequação da diretriz de utilização (DUT) para incluir a colocação por videolaparoscopia;
65. Consulta/sessão com terapeuta ocupacional: adequação da diretriz de utilização (DUT) para pacientes com disfunções de origem neurológica e pacientes com disfunções de origem traumato/ortopédica e reumatológica;
66. Consulta com nutricionista: adequação da diretriz de utilização (DUT) para:
1.a. Crianças com até 10 anos em risco nutricional (< percentil 10 ou > percentil 97 do peso / altura);
1.b. Jovens entre 10 e 20 anos em risco nutricional (< percentil 5 ou > percentil 85 do peso/ altura);
1.c. Idosos (maiores de 60 anos) em risco nutricional ( índice de massa IMC <22 kg/ m);
1.d. Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica.
2. Cobertura obrigatória de no mínimo 18 sessões por ano de contrato para pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico;
67. Definição das despesas a serem cobertas para o acompanhante durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato, que devem incluir taxas de paramentação, acomodação e alimentação;
68. Definição de que a cobertura das despesas com acompanhante durante o pós-parto imediato devem se dar por 48h, podendo estender-se por até 10 dias, quando indicado pelo médico assistente;
69. Definição de que nos procedimentos da cobertura obrigatória que envolvam a colocação, inserção ou fixação de órteses, próteses ou outros materiais, a sua remoção ou retirada também tem cobertura assegurada.

Uma notícia boa frente ao fato de que muitas pessoas são usuárias de convênios médicos, e poderão a partir disto usufruir de procedimentos sem precisar gastar mais com isso.
Mas, se pensarmos pelo outro lado, os convênios ganham um destaque ainda maior sobre o SUS, pois muitos enxergam isto como uma superioridade em questão de atendimento médico. Porém, não estariam também os convênios médicos colocando seus pacientes na mesma fila de espera?
A questão "saúde" precisa ser reformulada, principalmente o órgão "SUS", pois ele ainda precisa se tornar nossa primeira opção. E também, referente ao presente título, o gratuito também se encontra entre aspas, pois sabemos que, com o dinheiro gasto em um convênio médico, não podemos dizer que estes procedimentos serão gratuitos, na verdade, só não serão cobrados.
PS: Trouxe esse post hoje apenas como uma divulgação da notícia. Minha coluna volta ao normal na próxima quarta, afinal, acabaram-se as férias!

Abç... Patrícia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O primeiro passo

Diante as várias mudanças que estou passando na minha vida, essa semana pensei bastante naquilo que fazemos com nossas (possíveis) escolhas. Ouvindo também o que muitos me disseram, comecei a perceber (ou analisar mesmo) qual o enfrentamento que as pessoas possuem frente à uma mudança.
Muitas coisas e caminhos nos estão disponíveis, mas o fato é a visão que possuímos para tais opções. O problema está sempre no nosso olhar, que é resultado do nosso interior.
Alguns dias atrás, me atrevi a pegar um livro de minha mãe, muito conhecido, para começar a ler. O livro chamado "O Segredo" ficou muito famoso até um tempo depois de seu lançamento. Sempre tive minhas críticas sobre ele, pois se trata de um livro de auto-ajuda. Pois bem, como muitas pessoas sempre disseram maravilhas desse livro (ou até mesmo do documentário) e eu estava numa semana buscando toda a positividade, resolvi passar meus olhos em suas páginas. Na época, muitas pessoas disseram que mudaram suas vidas após a leitura desse livro, até minha mãe se tornou (praticamente insuportável, diga-se de passagem) uma pessoa cheia de pensamentos positivos.
Na verdade, não consegui terminar de ler o primeiro capítulo do livro! Admito que já comecei a lê-lo junto com meus preconceitos sobre os livros de auto-ajuda, afinal, ainda me questiono se algumas palavras de alguém que não lhe conheça, irão mudar a sua vida por completo.
Eu, particularmente, acredito sim na Lei da Ação & Atração, mas de um modo diferente. Li nas páginas do livro algo sobre "como ser um milionário" e fiz a triste comparação com algumas igrejas que ainda enganam seus fiéis. As palavras são bonitas, mostram que você atrai o seu semelhante mas... apenas pela força do pensamento! Também acredito que atraímos aquilo que queremos, mas muitas vezes, inconscientemente. Quantas vezes nos deparamos com fatos que tanto se assemelham à outros por quais já passamos, mas muitas vezes não entendemos porque temos a tendência a sempre cair na mesma situação?

O fato é: As palavras nos transformam, mas não são as palavras de um livro que enchem sua cabeça de um exercício repetitivo. Você não vai mudar sua vida, se mentalizar apenas aquilo que quer. A mudança está no interior, na alma, naquilo que carregamos conosco todos os dias, e não naquilo que mentalizamos hoje ou amanhã. Claro, que para uma vida saudável, devemos sempre procurar aquilo que é bom para nós (e aí fica a questão: O que é bom para cada um? Lembrando que cada um possui seu ponto de vista). Acontece que os livros de auto-ajuda te ajudam sim, mas por quanto tempo e com que profundidade?
Minha mãe leu este livro há mais de um ano. Como disse, ela se tornou insuportavelmente positivista, mas, foi por um tempo determinado, porque na sua essência as coisas continuaram as mesmas. Você até pode ler o livro, ou outros assuntos relacionados, e se tornar o cara mais positivo da face da Terra, mas quanto tempo será que você vai evitar olhar para si mesmo?

As mudanças não se iniciam quando alguém lhe incentiva, mas sim, quando você está preparado e é desejante delas. Ninguém está aqui para mudar um ou outro, as pessoas podem apenas te ajudar, mas o primeiro passo é você quem dá!
Vamos pensar mais nisso, antes de continuarmos dando tanto crédito à assuntos que cada vez mais surgem para camuflar aquilo o que realmente somos, podemos fazer e demandam nosso desejo, para uma imagem cada vez mais perfeita, sem erros e sem imperfeições. Você sempre será um misto. E lembre-se: é daquilo que não está bom, que surge a mudança!

Abç... Patrícia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Encerrando Ciclos

Me cai bem.

Encerrando Ciclos

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? 
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. 
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. 
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. 
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. 
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". 
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"
Fernando Pessoa

domingo, 10 de julho de 2011

Metades

"Metade de mim agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade. Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim. E o fim é belo, incerto... depende de como você vê!"

Fernando Anitelli




(Me define bem nesse momento!)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em boa companhia!


Estes dias, andei pensando em uma coisa que acho extremamente importante.
Depois da publicação "Como um grão de areia... lindo!" onde coloquei a beleza interior que temos e que muitas vezes não percebemos, e também depois da lembrança de um trecho do famoso "Filtro Solar" recitado por Pedro Bial, onde ele diz: "A peleja é longa, e no fim, é você contra você mesmo", pensei no quanto somos (ou não) uma boa companhia para nós mesmos.

Percebo a grande dificuldade que muitas pessoas encontram em ficar sozinhas, em ser uma companhia para si quando o outro não está por perto. Mas, penso na seguinte lógica: consigo ser uma boa companhia para alguém, se eu sequer sou uma boa companhia para mim mesmo? Passamos o tempo todo buscando pessoas agradáveis, presenças intensas, mas, e a nossa presença?

Já percebi o quão difícil é esse exercício: o olhar para dentro de si e descobrir coisas agradáveis ou desagradáveis dentro de nós. É mais fácil olharmos as qualidades e os defeitos do outro, do que para o nosso próprio. E com isso, perdemos a oportunidade de enxergarmos quem realmente somos!
Vivemos buscando sempre algo externo, e dificilmente interno. Ou, quando encontramos este interno, tentamos modificá-lo se não nos agrada. Mas, por que tanta dificuldade em sabermos e aceitarmos que não somos perfeitos? Ou que pelo menos erramos bastante?
Nossa ferida narcísica neste ponto é muito forte e acentuada, sendo mais fácil, mudarmos a face da realidade.

Muitas pessoas no fundo, sabem que têm essa grande dificuldade de se olhar, e passam a vida toda olhando para fora. Ou algumas nem percebem que são assim, vivem de uma maneira natural e completamente baseada em projeções ou introjeções. E as vezes estamos lá, gritando por dentro esperando esse olhar instrospectivo. Esse exercício porém, não é tão simples assim.

Essa temática me veio a cabeça, pois estou passando por isto neste momento. Fugi de mim várias vezes. Há muito tempo não deito comigo na cama, não saio passear comigo, não me divirto comigo, e não me amo o tanto quanto amo os outros. Minhas companhias são outras, e não eu mesma. Há quanto tempo eu não converso com a "Patrícia", mas sim com uma imagem dela? É complicado pensar nisso tudo, porque quando enxergamos isso, se torna angustiante. Mas nunca é tarde para a gente se descobrir.

Ontem, eu senti vontade de dormir comigo, e não com outra pessoa ao meu lado. Senti vontade de estar sozinha. E quando percebemos que estamos conseguindo encarar (ou pelo menos começar) este exercício, nos sentimos mais leves e mais tranquilos. Afinal, a necessidade de conhecermos a nós mesmos é indispensável!

Esta reflexão não significa que não devemos dar importância para aquele que está ao nosso lado, mas sim, de darmos importância à nós antes que qualquer outra pessoa. Nós devemos sempre estar em primeiro lugar. E isso sim, significa não precisarmos nos submeter a qualquer coisa para mantermos alguma companhia por perto.

As pessoas são imperfeitas. Eu, você e ele. Não temos como escapar disso, mas sim aprender a lidar. A "tarefa" de descobrir que sou um grão de areia pequeno, porém com uma beleza própria, continua. Sabemos que algumas pessoas conseguirão isto com mais facilidade, outras não. E existem também aquelas que nunca irão descobrir e continuarão vivendo à sombra daquilo que acreditam ser.  E também, retornando na frase de "Filtro Solar", após tudo o que passamos, quem nos sobra no final somos nós mesmos, e não todos aqueles que nos acompanham por toda vida. Por isto, precisamos aprender a conviver com aquele que sempre estará conosco, o nosso próprio Eu.
Mas posso garantir que, se encontrar, é melhor do que encontrar qualquer outra coisa nesse mundo!

Abç... Patrícia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O SUS é nosso!

(Texto publicado originalmente no extinto blog "Zine Pasárgada")

Neste final de semana participei em Piracicaba da etapa municipal da 14ª Conferência Nacional de Saúde, onde o tema era: "Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública e Patrimônio do Povo Brasileiro".
O evento foi gratuito, sendo que QUALQUER pessoa poderia assistir e também participar dos debates e dos grupos de discussão (entre usuários, agentes, conselheiros da saúde, etc). Mas, infelizmente, poucas pessoas compareceram.



Podemos imaginar todas as questões que foram levantadas, como: mau atendimento, demora para consultas e exames, quadro de funcionários (agentes e médicos) escasso, remuneração baixa, entre outras. Mas, apesar de todos estes pontos que logo conhecemos, entra um extremamente importante: Quanto do dinheiro público é gasto com saúde? Você sabe quanto do Produto Interno Bruto (PIB) é destinado à saúde?
Sabemos que uma boa gestão, um bom planejamento são essenciais para que os procedimentos e as condições funcionem da melhor maneira possível, mas também sabemos (ou ao menos imaginamos) a enorme dificuldade que existe numa gestão que, mesmo eficiente, não encontra recursos para poder efetivar aquilo que a população realmente necessita e demanda.
A partir disto, ao mesmo tempo que ficamos de mãos atadas pelo baixo investimento público neste setor, existe aí (grande jogada política) a simples resposta do "Não tenho dinheiro para fazer melhor".

Sendo assim, vamos para alguns dados que são importantes para um melhor entendimento:
  • No Brasil, apenas 3,4% do PIB é gasto com a saúde, isto significa um valor de aproximadamente U$ 340 por pessoa. Se formos comparar, países europeus ou até mesmo os Estados Unidos gastam aproximadamente o valor de U$ 2.000 por pessoa, o que chega até 8% de seu PIB;
  • Para a educação, é gasto apenas 4,6% do PIB, o qual muitos estudantes estão lutando para um aumento de 10%;
  • Agora, APENAS com os juros da dívida externa é gasto 11% do PIB brasileiro! Ou seja, estamos pagando uma pequena parte (se é que podemos chamar de parte) daquilo que nosso país deve lá fora. 
Sei que os dados foram comparativos a países desenvolvidos e muitos podem questionar que não podemos nos comparar à eles, justamente pela desigualdade (gritante?) de desenvolvimento. Mas então, me pego a pensar: Queremos então lutar para quê? Para continuar a ter uma saúde de um país subdesenvolvido (embora não goste dessa palavra)? Realmente nunca vamos conseguir sair, ou ao menos melhorar, desta situação se nos compararmos a nós mesmos, pois sabemos que não somos bom exemplo!
Um professor que lá estava (infelizmente não me lembro exatamente sua área) disse que, realmente o dinheiro público destinado à saúde, entre outros setores, só pode ser mudado quando existir uma pressão pública!
SIM! Somos detentores desse poder! Podemos sim, lutar para que esse número seja alterado. A sociedade pode pressionar o Estado para que esse valor seja modificado, e parte da porcentagem do PIB que é gasto com a dívida, pode ser destinada à saúde, ou até mesmo com a educação!
Mas, o que se viu ali foi: uma sala com agentes, conselheiros e alguns políticos, mas POUQUÍSSIMOS usuários. Chegar no posto e reclamar é mais rápido e fácil, mas mudar, requer muito esforço. E alguns aspectos da nossa cultura ainda nos fazem ser assim, bem acomodados. Muitas vezes também, a falta de informação e a deficiência de buscá-la não nos ajuda a sair desta condição!




Uma outra fala desse professor que me marcou também, foi quando ele disse: "Precisamos comprar o SUS! Ele precisa ser o nosso convênio médico! Ele precisa invadir o Jornal Nacional e as novelas de Manoel Carlos, que vai levar seus atores à um hospital público em seus capítulos, e não aos Hospitais das Clínicas! O SUS É NOSSO!"
Sabemos que a demanda cresce a cada dia mais, porém, o investimento não caminha na mesma velocidade!

[E assim...]
Ao final da etapa municipal é proposto pelos participantes novas diretrizes e propostas que irão ser levadas adiante, nas seguintes etapas: Regional, Estadual e Nacional.
Deixemos de lado oposições políticas ou o mero comodismo. Estamos levando a questão da saúde nacional novamente para Brasília. Infelizmente, só os delegados são autorizados a votar nas propostas apresentadas. Mas nós, poderíamos estar lá para, pelo menos, apresentá-las!

O Brasil é nosso, e o SUS também deve ser! Pensemos nisso!
Abç... Patrícia

PS: Não consegui as fotos da etapa municipal! :(