sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em boa companhia!


Estes dias, andei pensando em uma coisa que acho extremamente importante.
Depois da publicação "Como um grão de areia... lindo!" onde coloquei a beleza interior que temos e que muitas vezes não percebemos, e também depois da lembrança de um trecho do famoso "Filtro Solar" recitado por Pedro Bial, onde ele diz: "A peleja é longa, e no fim, é você contra você mesmo", pensei no quanto somos (ou não) uma boa companhia para nós mesmos.

Percebo a grande dificuldade que muitas pessoas encontram em ficar sozinhas, em ser uma companhia para si quando o outro não está por perto. Mas, penso na seguinte lógica: consigo ser uma boa companhia para alguém, se eu sequer sou uma boa companhia para mim mesmo? Passamos o tempo todo buscando pessoas agradáveis, presenças intensas, mas, e a nossa presença?

Já percebi o quão difícil é esse exercício: o olhar para dentro de si e descobrir coisas agradáveis ou desagradáveis dentro de nós. É mais fácil olharmos as qualidades e os defeitos do outro, do que para o nosso próprio. E com isso, perdemos a oportunidade de enxergarmos quem realmente somos!
Vivemos buscando sempre algo externo, e dificilmente interno. Ou, quando encontramos este interno, tentamos modificá-lo se não nos agrada. Mas, por que tanta dificuldade em sabermos e aceitarmos que não somos perfeitos? Ou que pelo menos erramos bastante?
Nossa ferida narcísica neste ponto é muito forte e acentuada, sendo mais fácil, mudarmos a face da realidade.

Muitas pessoas no fundo, sabem que têm essa grande dificuldade de se olhar, e passam a vida toda olhando para fora. Ou algumas nem percebem que são assim, vivem de uma maneira natural e completamente baseada em projeções ou introjeções. E as vezes estamos lá, gritando por dentro esperando esse olhar instrospectivo. Esse exercício porém, não é tão simples assim.

Essa temática me veio a cabeça, pois estou passando por isto neste momento. Fugi de mim várias vezes. Há muito tempo não deito comigo na cama, não saio passear comigo, não me divirto comigo, e não me amo o tanto quanto amo os outros. Minhas companhias são outras, e não eu mesma. Há quanto tempo eu não converso com a "Patrícia", mas sim com uma imagem dela? É complicado pensar nisso tudo, porque quando enxergamos isso, se torna angustiante. Mas nunca é tarde para a gente se descobrir.

Ontem, eu senti vontade de dormir comigo, e não com outra pessoa ao meu lado. Senti vontade de estar sozinha. E quando percebemos que estamos conseguindo encarar (ou pelo menos começar) este exercício, nos sentimos mais leves e mais tranquilos. Afinal, a necessidade de conhecermos a nós mesmos é indispensável!

Esta reflexão não significa que não devemos dar importância para aquele que está ao nosso lado, mas sim, de darmos importância à nós antes que qualquer outra pessoa. Nós devemos sempre estar em primeiro lugar. E isso sim, significa não precisarmos nos submeter a qualquer coisa para mantermos alguma companhia por perto.

As pessoas são imperfeitas. Eu, você e ele. Não temos como escapar disso, mas sim aprender a lidar. A "tarefa" de descobrir que sou um grão de areia pequeno, porém com uma beleza própria, continua. Sabemos que algumas pessoas conseguirão isto com mais facilidade, outras não. E existem também aquelas que nunca irão descobrir e continuarão vivendo à sombra daquilo que acreditam ser.  E também, retornando na frase de "Filtro Solar", após tudo o que passamos, quem nos sobra no final somos nós mesmos, e não todos aqueles que nos acompanham por toda vida. Por isto, precisamos aprender a conviver com aquele que sempre estará conosco, o nosso próprio Eu.
Mas posso garantir que, se encontrar, é melhor do que encontrar qualquer outra coisa nesse mundo!

Abç... Patrícia.

Um comentário:

  1. Estou em paz comigo, e isso, não há nada no mundo que pague, ou seja mais gratificante!

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