No último sábado fui ao casamento de minha prima, e como sempre, os casamentos me intrigam. Sempre fico prestando atenção em tudo: na decoração, nos convidados, na estrutura da igreja e principalmente na pregação do padre.
Quando estamos dentro de uma igreja, seja ela de qualquer religião, o padre ou pastor está ali evidentemente para pregar os valores da mesma. Mas uma das coisas que mais me chamou a atenção neste último foi quando ouvi o padre dizer à minha prima que a partir daquele momento, deveria ter como primeiro lugar em sua vida a responsabilidade de fazer seu marido feliz e vice-versa. A igreja, podemos assim dizer, foi a primeira "clínica de psicologia" instalada no mundo. O ato de confissão, nada mais é do que a exteriorização daquilo que nos está fazendo mal, e que precisamos extirpar através da fala. Mas não podemos esquecer que toda igreja tem a sua política.
Muito além daquilo que é dito na igreja, me permiti a ir mais fundo naquele dizer do celebrador. Pensei na grande dificuldade desta "ordem", pois vivemos num mundo onde encontramos uma grande dificuldade em fazer da nossa felicidade o primeiro lugar, quanto mais fazer isso para outro (diga-se de um modo verdadeiro). Esta é a problemática implicada nesta fala: tenho a dificuldade de encontrar a minha felicidade, logo, vou procurar ser a felicidade do outro, que se mostra mais simples de se alcançar.
Mas este infelizmente é o erro do relacionamento.
Quando não estamos felizes conosco, dificilmente conseguiremos fazer alguém feliz. Precisamos ter em mente que para um relacionamento ser sadio, a felicidade e o bem-estar precisam morar em nós, não em nosso companheiro. É dessa maneira que uniões se estabelecem e duram da melhor forma possível até o seu determinado momento, findo ou não.
Penso às vezes que muitas relações são desfeitas porque nos deixamos em segundo plano, nos esquecendo de nós mesmos e de nossos desejos, que continuam pulsando estando você com alguém ou não. Com isto, não conseguimos realizar aquilo que nos é destinado no matrimônio, e para nos separarmos não é mais preciso a morte, mas sim a falta desse olhar introspectivo.
Agora o grande desafio: como, cada um de nós, coloca isso em prática?
Abç... Patrícia.
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