Venho nesta data de hoje, até mesmo como uma homenagem, escrever sobre os professores que passaram por minha vida. Mesmo sendo o título uma alusão ao filme da década de 1960, não é dele que falarei aqui. Usei-o mesmo como forma de carinho recíproco.
Vi muitas pessoas parabenizando e se lembrando dos seus primeiros professores, aqueles que lhes ensinaram coisas importantes na infância. Um gesto normal, já que é nessa fase que temos nosso primeiro contato com estes profissionais. Entretanto, hoje venho escrever sobre meus professores da graduação. Aliás, sobre uma professora em especial...
Quando entramos na faculdade, sentimos o grande choque de tratamento, diferente daquele que recebíamos na época do ensino médio. Mesmo você sendo muito novo, precoce até demais para estar aprendendo tanto coisa sobre uma profissão, eles te tratam como pessoas já responsáveis por suas escolhas e maduros o suficiente para encarar os desafios da Academia. Me lembro que os primeiros meses foram, para mim, de adaptação desse novo modo de relacionamento.
Vá lá, nos primeiros semestres alguns ainda nos repeliam, nos testavam e eram desaprovados por nós, o que tornou-se tudo uma questão de tempo. Precisei de alguns semestres para descobrir que estava aprendendo com os melhores nomes da área da Psicologia. Quando me dei conta, até achei que já era bem tarde.
Perdi professores muito bons, mas que me sinto privilegiada até hoje por tê-los conhecido e compartilhado de seus conhecimentos.
Mas foi no final da graduação, que uma professora já querida, me fez entender o que é ter prazer em lecionar.
Grande responsável pelo meu interesse na área social, ela me mostrou o quanto valia a pena olhar para o outro, entender suas dificuldades, e o mais importante de tudo: olhar para dentro de si.
Era final de graduação, todos as crises existenciais possíveis, estresses inimagináveis e uma vontade enorme de abandonar o barco. Todos sentimentos que me foram, então, tirados por ela.
Sempre muito exigente, experiente e pontual, conseguiu fazer-me olhar o quanto eu era ética, dedicada e interessada naquilo que fazia. Mostrou-me tantas vezes meus acertos, abriu-me tanto os olhos e motivou-me em discursos e apresentações finais da graduação.
Uma pessoa linda, batalhadora e com uma história de vida que ainda acredito que virará um filme!
Militante da ditadura, mulher obstinada e professora por vocação.
Sei, que muito daquilo que sou hoje, devo à ela. Devo, pois muito do que me foi despertado veio de toda sua insistência nos alunos que tanto apostava.
Nunca me esqueço de sua frase num dia caloroso de supervisão e depois de tantas observações suas em relatos nossos: "Pego no pé daqueles que sei que têm jeito e de quem gosto!". Me senti então, tão privilegiada.
Era daquelas que não sentiam necessidade de agradar e sem papas na língua. Guerreira.
Uma pessoa que me despertou tanta garra e tanta vontade de continuar, e querer ao menos, ser parecida com ela...
E é por ela que hoje, venho através desta postagem, deixar todo o meu carinho àqueles que exercem essa profissão por pura vocação e dedicação. Por amor em ensinar, apostar, disseminar, perpetuar e eternizar.
Àqueles que apostam todas as suas fichas não só buscando ensinar, mas buscando também tornar melhor um ser humano!
Hoje venho aqui deixar o meu abraço à ela, querida Pelissari, que por muito não me deixou desistir, que fez com que eu acreditasse em mim mesma e naquele que está ao meu lado. Através de você, descobri o que é acreditar e apostar em alguém.
Meu muitíssimo e imenso agradecimento.
E à todos esses mestres, meu grande carinho.
Abç... Patrícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário