Os dias ficaram escuros, as manhãs não tinham mais sol.
Os sorrisos se tornaram amarelos, os remédios amargos, a água salgada.
A comida, insuficiente. As palavras, todas em vão.
O acordar pedia um eterno adormecer, os sonhos tomavam o lugar do dia.
O medo, maior que toda a alegria. A negatividade maior do que qualquer energia existente.
E foi quando o abraço, tomou todo esse lugar.
Abraçar aquela brisa que passa, aquele vento que toca a grama e que mexe em nossos cabelos.
Abraçar aquela criança que passou lá atrás, mas que ainda vive em você, e que implora tanto esse abraço.
E te pede, pra que você nunca mais a deixe.
Abraçar as pessoas que são tão simples e que só têm isso a te oferecer.
Acordar com um afago, estar ao lado de quem te afaga.
Querer a música, deixar o material, conhecer pessoas, ser do mundo todo e ser só seu.
Olhar para o impossível, escutar a criança. Sentir o quanto ela significa.
Sentir que com ela tudo vai valer a pena.
Você pega a mão dela e ela pega a sua, ela te leva e você também.
Não existe limite, não existe mais sorrisos amarelos, o sol nasceu.
As palavras são libertadoras e o abraço se tornou a coisa mais valiosa.
A força vem de longe e ao mesmo tempo de tão perto.
Abraçar o passado, abraçar o futuro e muito mais o presente.
Abraçar a criança, abraçar o mundo.
Patrícia.
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