quinta-feira, 12 de maio de 2011

Estradas são feitas de escolhas.


Recentemente recebi em sala de aula de um querido professor, o Manual de Estágio do Curso de Psicologia. Não saberei especificar aqui qual exatamente foi o sentimento desencadeado naquele momento. Talvez a angústia tenha se sobressaído, mas seria injusto listá-la apenas.

A única coisa que sei dizer, é que toda a história acadêmica passa na sua frente como um filme, e você se lembra dos primeiros anos, onde o estágio e a atuação prática eram tão sonhados e desejados. Ficamos todos perdidos, desamparados, ansiosos, com medo, com dúvidas e sem saber qual caminho tomar. Tantas opções, tantos campos, tantas vidas...

Assumir essa posição, significa deixar para trás aquela posição de aluno inexperiente. É sair da posição passiva para a ativa. É sair da condição da alienação prática, e tornar concreto aquilo que você passou anos estudando. Mas toda escolha é seguida de angústia.

A angústia que nos toma e nos preenche, e também nos faz indagar se seremos suficientemente bons naquilo que estudamos. A angústia de não tornar a vida de alguém melhor ou mais leve. E isso é carregado por dias, semanas e meses, até você mostrar para si mesmo do que é capaz.

Para fazer essa escolha, preciso abrir mão daquilo que sou hoje para aquilo que quero ser amanhã. Toda escolha significa um "abrir mão", significa um passo diferente num caminho desconhecido, e o desconhecido sempre nos intriga, nos amedronta e nos angustia.

Mas como seriam construídas as nossas estradas sem estas escolhas? Como iríamos mudar o caminho sem virar à esquerda ou à direita? Assim, o caminho seria sempre o mesmo, não seria incerto e angustiante, mas seria sempre o mesmo. E de que valeria tanto tempo, tanto estudo, tanta aprendizagem, tanto amadurecimento, tanto esforço para se seguir o mesmo caminho? Sempre penso que o medo não pode ser mais forte do que isso, ou pelo menos não deveria.

Não há estrada sem buracos, sem retornos e sem desvios. Há estradas com retas contínuas ou com saídas diferentes, os quais somos nós quem decidimos qual caminho tomar. A angústia faz parte, o medo é um bônus, a insegurança vem escondida na mochila, mas todos eles podem se perder no trajeto.

E assim fiz minha escolha, com todos estes sentimentos juntos, mas com a satisfação de quem encontra aquilo que por tantos anos procurou. Consegui então, distinguir tais sentimentos que antes eram tão simbióticos.

Fiz dessa publicação uma página de um diário. Realmente precisei exteriorizar essa angústia, afinal não foi em vão que aprendi que é com a superação da mesma que o sujeito se liberta e movimenta a grande roda da metamorfose, enxergando novos horizontes.

E lá vou eu, por mais uma nova estrada.

Abç... Patrícia.

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