sexta-feira, 27 de maio de 2011

Na neurose eu me completo.

Mesmo o sono me dominando e a vontade de ir logo para cama, senti uma necessidade muito grande de escrever aqui hoje.
Na verdade, o assunto no qual pensei, foi mais um olhar crítico sobre algumas atitudes e fatos.
Todos nós temos nossas qualidades, defeitos, características, medos, afetos, e milhares de coisas mais, pelas quais me estenderia muito aqui. Mas, de todas as coisas que passou pela sua cabeça neste exato momento, qual delas é mais forte em você? Qual determina mais suas ações e seus pensamentos? Quais mais e menos te agradam? Esse exercício sempre pareceu muito fácil, na verdade o vejo camuflado na hipocrisia da facilidade daquilo que muito deveria ser explorado.
Outra coisa que sempre me intrigou é a prevalência das coisas ruins sobre as coisas boas. E isso taí, basta você ligar a TV para poder comprovar. Todas as suas atitudes boas se minimizam diante de uma completamente desagradável. E nisso também me questiono: qual o valor delas? Quantitativo não poderia ser; qualitativo talvez, embora ache extremamente relativo.
Ainda estou tentando colocar coisas na balança, claro, em vão. Cada coisa tem seu peso subjetivo, seu peso conveniente, seu peso imaginário e até mesmo seu peso falso, mas nunca um peso verdadeiro, porque o verdadeiro varia naquilo o que VOCÊ acredita que seja verdade.
Freud, na minha opinião, foi muito feliz quando teorizou que todos somos neuróticos. Cada um com seu grau de neurose, mas ninguém escapa desta condição.
E lá vamos nós, tristes e reles mortais fazendo da vida uma neurótica.
O que estou tentando trazer nesse post, que para mim está mais parecendo um devaneio, é que as coisas ruins muitas vezes nos satisfazem. Mas porque elas deveriam nos satisfazer? Por que o sadismo se sobrepõe a tantas outras coisas que podem ser muito mais fortes e mais satisfatórias do que ele?
Por que temos tanta dificuldade em sair dessa nossa condição de sofredores, de mal-amados, de abandonados, de perdidos e tudo mais que tenha de ruim nessa vida, e deixar o que temos de bom dentro de nós fluir?
O psiquismo é uma coisa tão doida, que enquanto você está aqui, lendo tudo isso e achando que está fazendo uma determinada interpretação, ele já te enganou, meu caro. Porque a interpretação dele vai muito além do consciente.
E fazendo um grande esforço para chegar naquilo que realmente gostaria de dizer, eu digo que precisamos olhar para nós como senhores de extrema alienação de nossa condição, mas de uma alienação que pode ser extinta (ou pelo menos se tentar). Podemos sim, nos tornar aquilo que muito almejamos ser ou estar. Somos humanos, cometemos erros intermináveis, mas sabemos reconhecê-los, temos a capacidade de mudá-los ou melhorá-los. Somos uma completa metamorfose. Mas para isso devemos dar o primeiro passo: assumir que não somos perfeitos, mas que podemos ser melhores.
Termino dizendo que todos somos dignos de uma segunda chance, todos somos capazes de enxergar aquilo que é bom e que está ao seu lado ou em si mesmo. Deixemos um pouco de lado esse mundo neurótico que tanto nos quer ver pior. Vamos olhar para dentro, enxergar as coisas ruins, mas com muita ênfase, as coisas boas.
Talvez você tenha se identificado um pouco ou muito ou não entendeu praticamente nada daquilo que descrevi, mas minimamente você compreendeu e sabe que possui um lado positivo, que pode ser distorcido, mas é positivo.
Isso foi um desabafo de uma pessoa que "lucidamente" enxerga todas estas coisas, mas na ação volta a ser uma criança necessitando que alguém a ensine... mas não tem!
Abç... Patrícia.

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