E hoje, num dia com tantas coisas na cabeça, resolvi escrever pra mandar alguns monstros embora, nem que seja temporariamente. Gosto deste espaço porque ele pra mim é muito ambivalente: faço dele um diário, falo de minhas análises, dos meus gostos, dou dicas também de algumas coisas que acho legais, enfim, me tem um valor muito grande. Aliás, valor. Essa é uma das palavras que me traz aqui hoje.
Ainda questiono alguns valores, mas não falarei hoje de forma geral, vou me reter mais na questão individual neste momento (ou pelo menos tentar). O que são, ou o que significam os valores que carregamos conosco em nossa vida?
Devido a algumas, ou várias, experiências recentes, fico me questionando até que ponto os valores que carrego me servem pra alguma coisa. Percebo que muitas vezes me torno ou ajo de uma maneira que não sou pelo simples fato de acreditar que aquela seria a maneira mais correta. É um valor que carrego sobre isto, ou aquilo. Todos nós em algum momento, ou em vários, agimos da maneira que não somos apenas em troca de uma aprovação, alheia lógico. E assim nos esquecemos de nos aprovarmos, e o nosso "eu" acaba sendo aquele que menos aprova o que você faz ou deixa de fazer, pois você esqueceu-se dele.
E que vazio é esse que nos tornamos a partir do momento que vivemos para o outro? Que vida é essa que não olha para dentro e não deixa externalizar aquilo que realmente queríamos pôr pra fora? Que recalque tão absurdo é esse?
A única coisa que consigo afirmar nesse momento é que o sentimento de angústia é muito grande. Esse sentimento vem carregado da sensação de vazio, e o vazio é uma das piores coisas as quais sentimos e constatamos. O que se faz com o vazio? No vazio não sabemos quem somos ou pra onde vamos, mas é engraçado que é o vazio que vai nos mover e nos mostrar que devemos mudar a rota e o olhar.
Minha maior queixa nesse momento é a angústia. Por que o olhar para si se torna tão difícil? Sinto um grande incômodo quando percebo que as pessoas ao meu redor acreditam mais no meu potencial do que eu mesma, simplesmente pelo fato de eu estar preocupada em como eu deveria me portar perante outras pessoas, ou seja, como devo agir a partir daquilo que ela espera que eu seja ou faça, esquecendo-me daquilo que já sou. Esse conflito não parece, mas é muito grande. A pressão externa se converte internamente e toma proporções da qual nunca imaginávamos.
Mas desse jeito, quando sou eu de verdade?
Em alguns momentos me pergunto qual a veracidade das palavras ou dos atos que concretizo, e até que ponto eu realmente desejei aquilo que fiz. Nos submetemos à coisas que realmente não queremos, apenas para ser "aprovado" por outros. Mas, engano nosso. Mesmo tentando ser aquilo que não somos, seremos repelidos.
Não estou me sentindo no lugar. É como se alguém tivesse vindo e me tirado de mim. Não me sinto dentro do corpo algumas vezes, tirando o fato de escrever e falar sobre aquilo que sinto. E por isso a escrita é uma amiga que ainda caminha junto comigo, mesmo nos caminhos perdidos.
Sinto raiva de quem me tirou do lugar, mas quando olho, percebo que eu mesma me tirei. Mas por que e pra quem? Quem merece estar mais no meu lugar do que eu mesma?
As pessoas ao nosso redor não são merecedoras do nosso viver, nem das nossas emoções e sentimentos. Ninguém irá sentir aquilo que você está sentindo, e você nunca será perfeito aos olhos de ninguém, então, pra que tanto esforço? Seja bom e suficiente pra você, deixe alguns valores de lado, pois eles visam mais aquilo que o outro está pensando, do que aquilo o que você está sentindo.
E se nós não sentirmos, como é possível a vida?
Termino com essa pergunta, que pra mim foi mais um insight, do que uma questão em si.
Não se vive a vida assim. Se vive sentindo, e sem a preocupação de como será o viver.
Abç... Patrícia.
(A foto é apenas uma imagem de uma paisagem que me traz paz. Não achei necessário outro significado.)
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